ISSN 2359-5191

14/10/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 96 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Biociências
Ciência no metrô estimula discussões biológicas e sociais
Projeto de educação discute racismo e sexualidade nas estações de São Paulo
Crédito: Rodrigo Mendes

É comum encontrar nos trens do metrô de São Paulo cartazes curiosos, com perguntas do tipo “O seu DNA é igual ao de outros seres vivos? ” Esses cartazes fazem parte do projeto Semear Ciência, idealizado pelo Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CPGH) do IB, na USP.

Concebido pela professora Eliana Dessen, o projeto foi criado há 10 anos, faz parte de investimento da Fapesp, tem como compromisso realizar a transferência de tecnologia e difusão (ensino). No ano passado, o projeto começou a divulgação nas estações de metrô da cidade por meio de cartazes.

Rodrigo Mendes, que é educador do centro de pesquisa e auxilia a idealizadora do projeto, explica que os cartazes são apenas uma parte do projeto. “A ideia é deixar a leitura para um outro momento”. O cartaz traz uma pergunta instigante, e um QR code. Com um celular em mãos, o usuário pode ler o código, que o encaminhará para o site do projeto. Lá ele encontrará as respostas das perguntas dos cartazes, e outras informações sobre o tema. Além disso, imagens interativas e de fácil entendimento fazem parte do site.

De acordo com Rodrigo, a primeira versão do projeto, em 2014, teve mais de 11.500 acessos. Isso ocorreu porque, para ele, os conteúdos provocam uma reflexão sobre aspectos contemporâneos. “O DNA não é um assunto somente escolar. É possível discutir sobre a questão das raças. Embora a gente não abordediretamente esse assunto. Mas é uma discussão em pauta. Somos da mesma espécie, somos iguais biologicamente. Por que será que os seres tão diferentes conservariam tantas semelhanças? ”, explica.

Além dos trens no metrô, os cartazes foram espalhados nas escolas públicas de São Paulo. Nas escolas, o professor seria o agente de provocar os alunos. Provocar para novas discussões, para o maior interesse do aluno à área da biologia.

E para que essa ideia se concretize, o projeto realizou no dia 8 de agosto um vídeo conferência entre seus professores e os coordenadores. De acordo com Rodrigo, a conferência teve como objetivo discutir estratégias e conteúdos com os professores, para que ele tenha ferramentas para trabalhar o conteúdo nas aulas.

A idéia do centro de pesquisa é ampliar o projeto, para diferentes públicos e sob diferentes formar de divulgação. Mendes exemplifica com uma outra ideia para o projeto: falar sobre sexualidade, sob o ponto de vista científico.

Essa ideia de ampliar o projeto decorre da falta de informações que os pacientes do próprio centro de aconselhamento genético, sobre doenças familiares têm. “O público que fica esperando o tratamento não tem informações, não tem contato com as informações. ” E para aproximar a biologia desses pacientes e das demais pessoas, o organizador do projeto pensa agora em trabalhar com o grafite, que seria um “compromisso com a arte”, além de explorar conteúdos, principalmente pelo site. 

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