São Paulo (AUN - USP) - Promover a saúde bucal e prevenir as doenças dessa natureza exigem métodos que melhorem a qualidade de vida da população e ações coletivas que garantam atividades preventivas. É com essa intenção que a disciplina de Saúde Coletiva em Odontologia, ministrada pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo aos alunos do terceiro ano da graduação, promove visitas anuais a grupos populacionais utilizando programas de orientação em saúde bucal.
A disciplina antes era oferecida pela Escola de Saúde Pública da mesma universidade e pertence à Faculdade de Odontologia desde 1994. Ela conta com três professores coordenadores e uma equipe de professores voluntários, formada por estagiários e alunos da pós-graduação. Esse ano, a disciplina realizará visitas a escolas, creches e grupos de terceira idade do município de Embu, onde os 80 alunos do terceiro ano farão visitas mensais às terças-feiras à tarde. As aulas são divididas em duas partes: a teórica, em que eles analisam que tipo de atividades eles realizarão, e a dispersão de trabalho em campo, que permite a organização de teatros, jogos, palestras educativas, dentre outras formas de atender à saúde bucal.
O objetivo do trabalho em campo não é desenvolver um atendimento clínico, explicitou a dentista Simone Rennó Junqueira, uma das coordenadoras da disciplina. Os alunos têm como função conscientizar a população por meio de uma educação baseada em atividades práticas. Eles realizam ações coletivas voltadas para a prevenção por meio de um sistema administrado de aplicação de flúor e estão atentos à saúde bucal. Os alunos também realizam exames de risco de cárie por meio de triagens, seguindo os critérios da Secretária de Estado e Saúde. Aqueles que manifestarem quadros clínicos são encaminhados para os postos de saúde da região.
Em torno de 1500 pessoas são atendidas. As crianças recebem lições sobre escovação, como evitar cáries e sobre os dentes-de-leite, enquanto os idosos são informados sobre próteses, os riscos da bebida e do fumo para a saúde bucal, dentre outras questões. Nesse processo, as atividades procuram desenvolver uma integração entre pais ou responsáveis, professores e alunos das escolas e creches atendidas e incentiva atividades científicas diversas a partir da apuração das epistemologias da comunidade.
“Os alunos se aproximam da realidade da população, conseguem ter o primeiro contato com um paciente e ficam familiarizados com o funcionamento do serviço público”, acrescenta Simone. As ações coletivas conseguem criar ou modificar os hábitos da comunidade, conscientizando-a quanto aos métodos preventivos, controle dos problemas da boca e da manutenção da saúde como um todo. Elas tornam possível o estabelecimento de uma integração do ensino com a saúde pública e uma possível redução das doenças. Aqueles atendidos se sentem cuidados e reconhecidos por receberem uma orientação, já que a disciplina as valoriza como pessoas.