ISSN 2359-5191

17/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 05 - Sociedade - Instituto de Estudos Brasileiros
2007 é o ano do centenário do compositor Camargo Guarnieri
Em 1 de fevereiro de 1907 nascia um dos maiores músicos do Brasil

São Paulo (AUN - USP) - O ano de 2007 marca o centenário de um dos maiores expoentes da música clássica brasileira. Camargo Guarnieri é, depois de Villa-Lobos, o compositor brasileiro mais tocado no mundo. Ambos são criadores dos maiores catálogos musicais do país. Durante o ano eventos musicais homenagearão o altamente premiado músico, executando suas obras.

Camargo Guarnieri nasceu em Tietê, Minas Gerais em 1907. Seu nome de batismo, Mozart, que usou até os 21 anos, já poderia sugerir o nascimento de um grande músico e não foi diferente. Ele teve aulas de piano desde criança e com apenas 11 anos escreveu a valsa "Sonho de Artista". Mudou-se para São Paulo, onde conheceu muitos músicos e intelectuais, como Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Mário de Andrade. Este que acabou se tornando mestre intelectual do músico. O primeiro fruto da amizade, a ópera Pedro Malazarte, nasceu brevemente, poucos meses após os dois terem se conhecido, em 1928. As músicas com inspirações folclóricas também foram um resultado da influência do poeta e folclorista sobre Guarnieri.

O compositor foi muito premiado, tanto no Brasil quanto fora do país. Recebia vários convites para participar como jurado em concursos e festivais na Europa e nos Estados Unidos. Da Universidade de São Paulo, recebeu o título de maestro emérito, em 1989. O Prêmio Gabriela Mistral, de maior compositor das Américas, foi seu último, recebido poucas semanas antes de falecer em 13 de janeiro de 1993.

Segundo o próprio músico, um dos homens mais importantes de sua vida, e de onde veio sua orientação musical, foi o maestro italiano Lamberto Baldi. Foi ao lado dele que, trabalhando entre 1926 e 1931, alcançou a vida profissional. Guarnieri foi professor do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e do Conservatório Musical de Santos, onde lecionou por sete anos, até 1980, mesmo já estando aposentado, desde 1974, como Regente Supervisor da Orquestra Sinfônica Municipal. Até o fim de sua vida foi diretor artístico da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (USP).

Foi para a própria USP que sua família doou todo os seus objetos pessoais, desde instrumentos musicais até desenhos feitos pelos filhos. A bela iniciativa de doação e não venda do acervo foi ressaltada pela sua curadora, Flávia Camargo Flávia, já que muitas famílias de artistas buscam ganhar dinheiro com seu patrimônio. Segundo Flávia, a doação foi muito boa para a universidade e para o público, pois foi colocada em um local público de visibilidade onde não se cobra pela pesquisa.

Desde que entrou no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP), em 2000 o acervo recebe cuidados necessários e divulgação. Para Toni fazer com que os acervos permaneçam vivos é função do instituto. Seja como teses acadêmicas ou em apresentações, o importante é que ele esteja em circulação criando vínculo com a cultura. "Um acervo encapsulado é um acervo morto" disse.

A Orquestra da Câmara da Universidade de São Paulo realizou apresentação com composições de Camargo Guarnieri, nos dias 31 de março e 1º de abril. Muitas outras acontecerão ao longo do ano em que Guarnieri completaria cem anos. Seus instrumentos musicais serão usados em algumas apresentações, como as dos alunos do Departamento de Música da USP que usarão seu piano. No site do IEB (www.ieb.usp.br) há um calendário, onde é possível conhecer data e local das apresentações.

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