ISSN 2359-5191

19/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 07 - Educação - Escola Politécnica
USP aproxima arte e engenharia

São Paulo (AUN - USP) - Com o objetivo de aproximar o universo artístico da vida das pessoas, a Escola Politécnica da USP (Poli/USP) realiza o “Mês das Artes na Poli”. Por meio de apresentações, palestras e exposições, será mostrado, inicialmente, um panorama das artes em geral, abordando temas como fotografia, pintura e música. O encerramento acontece com uma palestra sobre arte na engenharia. O evento acontece entre os dias 9 de abril e 4 de maio.

Apesar da existência de uma atividade específica sobre engenharia, é possível dizer que este campo de estudo também está associado às demais temáticas tratadas. Isso ocorre sobretudo no que diz respeito aos avanços tecnológicos, importante foco de pesquisa da Poli, que têm modificado a forma de se fazer arte. O advento da informática, por exemplo, possibilitou grandes contribuições para o desenvolvimento da música e do cinema. Já no caso da construção civil, ainda que a engenharia seja vista, geralmente, apenas como meio de execução, a elaboração e o aperfeiçoamento de técnicas são fundamentais para que obras como viadutos e templos sejam criadas.

Embora todos os anos seja realizada a SAPO (Semana de Artes da Poli), organizada e apresentada pelos próprios estudantes, para o professor Witold Zmitrowicz, coordenador do “Mês”, dentro das escolas de tecnologia, o trabalho artístico ainda é visto como algo fora do contexto. Entretanto há uma tendência de mudança deste quadro, já que a conexão entre arte e a vida das pessoas tem se intensificado.“Temos que dar ênfase ao fato de que arte é comunicação e esta comunicação é cada vez mais importante. Estamos saindo daquilo que, anos atrás, era pensado de forma tecnocrática, ou seja, aqui (Poli) é somente a técnica que se aprende”, diz. As atividades oferecidas terão o suporte de alguns colaboradores, entre eles o MAC (Museu de Arte Contemporânea) e a FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), ambos da USP, e também a UNESP.

O professor Henrique Lindenberg Neto, que ministrará a última palestra, comenta que, mais do que arte na engenharia, ele tratará de arte da engenharia. Principalmente do ponto de vista das estruturas de uma construção, sua área de estudo, ele define como artísticas as obras que apresentam uma nova proposta. Neste sentido, uma ponte constituída de um novo material desenvolvido pode ser considerada uma obra de arte do engenheiro. Segundo o professor, o mesmo acontece com o trabalho de artistas mundialmente conhecidos. “Por que há um Van Gogh no museu? Porque Van Gogh é bonito, mas não é só isso. Ele criou uma nova forma de pintar”, compara.

De acordo com Lindenberg, as instituições de ensino brasileiras fazem uma abordagem muito deficiente dos aspectos humanos da engenharia, dentre eles, a arte. Ele afirma que é uma ilusão imaginar que a formação do profissional se realiza inteiramente dentro da universidade. É por isso que o professor acredita que as escolas deveriam suprimir algumas disciplinas técnicas, com as quais o aluno terá contato e poderá aprender ao longo de sua carreira. Em contrapartida, seria oferecido um número maior de aulas de caráter humanístico, importantes para a constituição do engenheiro como pessoa e para as exigências de um mundo globalizado, como trabalho em equipe e o relacionamento com culturas diversas.

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