ISSN 2359-5191

24/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 09 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Grupo de Pesquisa aposta em campanha contra câncer bucal
O plano de combate, ministrado pelo grupo, previne população de risco e fornece tratamento aos pacientes

São Paulo (AUN - USP) - Nem sempre é possível identificar os sintomas que envolvem o câncer de boca. Logo, é importante diagnosticar precocemente a doença e educar a população para preveni-la. Essa é a aposta do Grupo de Pesquisa e Reabilitação Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, que trabalha com uma linha de prevenção para o câncer bucal e procura fornecer tratamento aos pacientes.

Os pacientes de câncer bucal nem sempre procuram o tratamento, que vai da cirurgia (para a sua remoção) à radioterapia ou quimioterapia. O câncer pode ser fatal, com uma taxa de sobrevivência de cinco anos de 50%. O grupo deseja conscientizar a população dos riscos e disponibilizar o atendimento para as vítimas da doença, divulgar os métodos preventivos e capacitar os profissionais a diagnosticar os pacientes por meio de um respaldo de estrutura física para os tratamentos e treinamento adequado.

O câncer de boca geralmente surge nos lábios, dentro da boca ou na parte posterior da garganta, nas amídalas ou nas glândulas salivares. Ele é mais freqüente nos homens com mais de 40 anos e tem como os primeiros sinais perda de sensibilidade na boca, inchaço nas bochechas ao se passar a língua e feridas bucais que sangram com facilidade. De acordo com a dentista Fernanda Campos Sousa Almeida, coordenadora do grupo, a patologia não é bem abordada no meio odontológico e por isso é difícil se realizar um diagnóstico precoce da doença. Os dentistas têm de ser treinados para identificar os sintomas nos pacientes e encaminhá-los para o tratamento.

O grupo realizou em 2005 uma campanha de âmbito nacional, com propagandas gratuitas nas grandes mídias, a fim de prevenir a população e encaminhar os profissionais da área para a capacitação para tratar desse mal. Denominada I Campanha de Popularização do Auto-Exame Contra o Câncer de Boca, também chegou, por meio dos profissionais do grupo, até locais pequenos, como igrejas e bairros, com o intuito de identificar os doentes e educar para a prevenção. O trabalho foi dividido em duas partes: a primária que evitou o tabaco e o álcool, duas das grandes causas da doença, já que, estatisticamente, 95% dos doentes fazem uso de uma dessas substâncias; e a prevenção secundária, que consistiu em chegar até a população de risco e fornecer o diagnóstico precoce.

A campanha nacional se encerrou em 2005, detectando que os profissionais da área da saúde devem ser constantemente atualizados e que políticas públicas para combater a doença devem ser de longo prazo de educação em saúde. Ela agora é mantida em pequenos âmbitos. No entanto, existe a intenção de se fazer uma campanha nacional novamente, dessa vez encaminhada para o Ministério da Educação e para o CNPq. O dentista Dorival Pedroso da Silva, gerente do grupo, ressalta que “o grupo trabalha com prevenção mesmo sabendo que é impossível eliminar o câncer de boca no país”. Ele acrescenta que é importante encaminhar esse projeto para o governo, já que a sociedade, sustentadora da pesquisa, não vê os resultados efetivos dos projetos realizados e que o governo é o órgão responsável por alertar a população.

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