ISSN 2359-5191

26/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 11 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Consumo de arroz e feijão diminui risco de câncer oral, alerta Saúde Pública

São Paulo (AUN - USP) - A combinação arroz com feijão, comum na mesa dos brasileiros, pode ser associada à diminuição dos riscos de aquisição de câncer oral, segundo estudo coordenado pela nutricionista Dirce Maria Marchioni, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

A pesquisa procurou a relação entre este tipo de câncer a os hábitos alimentares de 835 moradores da cidade de São Paulo. Dos entrevistados, 366 tinham a doença e 469 eram saudáveis. Os dados, coletados do inquérito de hábitos alimentares para investigação do câncer oral (realizado pela International Agency for Research on Cancer, entre 1998 e 2002), foram interligados com a probabilidade e risco da doença.

Na conclusão do estudo, constatou-se que o aumento do consumo de arroz e feijão está associado a uma tendência relevante de diminuição do risco deste tipo de câncer. Segundo Dirce, “os indivíduos que consumiram mais de 14 porções de feijão por semana apresentaram um risco 60% menor de ter a doença. Para o arroz, esse índice foi de 40%”.

Algumas das causas apontadas pela diferença são os baixos teores de gordura saturada e colesterol nestes alimentos. Além disso, a combinação “arroz com feijão” fornece altos índices de proteína, fibras e açúcares – elementos que estariam envolvidos nesta diminuição da probabilidade.

Outro fator que contribuiu para esta conclusão foi o relato do grupo que apresentava a doença. Em sua maioria, eles revelaram um consumo menor dos alimentos como arroz, feijão, massas, vegetais crus e salada. A influência da dieta no organismo dos indivíduos não é novidade, mas a associação com um tipo de câncer sempre deixa a população alerta. Neste grupo, foi relatada uma maior freqüência de cigarros e bebidas alcoólicas, também.

O trabalho não verificou a associação de carnes vermelhas ou brancas com o câncer oral. Mas o consumo de ovos e batatas teve associação estatística com a continuidade da doença. A pesquisadora frisa que os resultados são apenas hipóteses levantadas, perante um estudo com um pequeno grupo.

Atualmente, no Brasil, o câncer oral corresponde a 3% dos tumores malignos diagnosticados no país.

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