ISSN 2359-5191

09/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 16 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Banco de dentes pesquisa métodos de esterilização
Banco de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia desenvolve métodos de esterilização, armazenamento e administração dos dentes

São Paulo (AUN - USP) - O órgão dental exige cuidados específicos em sua manipulação que garantam a manutenção de suas condições físicas e bioquímicas, bem como ofereçam segurança para aqueles que o manuseiam. Por esse motivo que o Banco de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo pesquisa os melhores métodos de desinfecção e esterilização, uma vez atentos também à conscientização da população da importância em identificar o dente como um órgão.

O Banco de Dentes não pertence a nenhum departamento da Faculdade de Odontologia, porém tem o material fornecido pela mesma. Cerca de 100 projetos de pesquisa por ano surgem com os seus dentes. A sua parte administrativa responsabiliza-se pela manutenção do espaço, com uma verba atual de em torno de R$ 30 000,00 fornecidos pela faculdade para reformar a infra-estrutura. Há também o espaço reservado especialmente para as esterilizações.

Os dentes são separados em quatro geladeiras diferentes: uma contém dentes decíduos, a segunda com dentes contaminados, outra com dentes em transição e a quarta com dentes já inteiramente limpos. A esterilização é feita com radiação gama, proveniente dos elementos químicos cobalto 60 ou césio 137. Ela é fornecida através dos equipamentos derivados do convênio da faculdade com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e, por ser considerada uma radiação ionizante, tem grande poder de penetração.

O Banco armazena dentes de leite e permanentes. Os permanentes são usados diretamente nas atividades laboratoriais da faculdade, enquanto que os de leite só são utilizados para pesquisa. De acordo com o dentista Sérgio Botta Brossi, assistente na coordenação do Banco, somente pelos alunos da graduação, são doados 900 dentes por semestre. Por ano, são 1500 dentes. Ele ressalta que a manutenção do Banco “depende da iniciativa e da boa vontade dos alunos”.

As pesquisas realizadas no Banco são financiadas pela própria universidade e viabilizam seu funcionamento. Todas elas englobam o “Grupo de Pesquisa do Banco de Dentes Humanos: Permanentes e Decíduos”, iniciado no ano 2000, que tem como objetivo desenvolver métodos de armazenamento, esterilização e administração dos dentes dentro de um Banco de Dentes, viabilizando o seu funcionamento, através de estudos realizados in vitro. Ele é composto por seis alunos da graduação, um aluno de especialização e são supervisionados pelo dentista Sérgio Brossi.

Os alunos envolvidos nessas atividades do Banco averiguam com as linhas de pesquisa as vantagens de esterilizar com água, soro ou glutaraldeído. A aluna Priscila Yumi Seino, por exemplo, integrante do Banco, pesquisa sobre as conseqüências revertidas para o dente após a esterilização, avaliando se ele fica mais duro, mais mole, dentre outras características. Desse modo é possível obter uma maior eficiência no processo de armazenamento.

Apesar de ser bem divulgada a importância de se esterilizar de maneira eficaz os dentes extraídos, a pesquisa contínua sobre os métodos envolvidos no processo auxilia na conscientização de que a má utilização dos métodos pode comprometer a fidelidade dos estudos odontológicos.

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