ISSN 2359-5191

09/05/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 06 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Poli inaugura primeira caverna digital da América Latina

São Paulo (AUN - USP) - A Escola Politécnica da USP terminou, no final de abril, o processo de instalação da primeira caverna digital da América Latina. O projeto foi desenvolvido pelo LSI (Laboratório de Sistemas Integráveis) e sua implantação coube ao professor Marcelo Knörich Zuffo. A caverna digital é um ambiente de realidade virtual que permite a imersão completa de uma pessoa em um mundo de três dimensões (3D) criado por computadores.

A cerimônia de inauguração da caverna, no dia 27 de abril, apresentou a novidade da Poli à imprensa e a alguns pesquisadores e políticos. O evento contou com a participação dos ministros da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alcides Tápias. O presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Walter Feldman, e o reitor da USP, Jacques Marcovitch, também marcaram presença. Todos eles felicitaram a inauguração da caverna e apontaram o sucesso do desenvolvimento tecnológico na universidade.

Sardenberg destacou que a implantação da caverna digital pela USP demonstra a maturidade do Brasil na área de ciência e tecnologia. “O País se comporta como um ator moderno no cenário científico e tecnológico mundial”, afirmou.

A caverna digital da Poli tem cinco lados de projeção (as quatro paredes e o chão) com resolução de até 2000 x 2500 pontos. Comporta até seis pessoas que podem interagir com um mundo simulado por computador. Possui uma dimensão útil de 3x3x3 metros, e está localizada num laboratório de 250 metros quadrados, no prédio da Administração da Escola Politécnica.

As aplicações da caverna incluem áreas como Engenharia (Naval, Oceânica, Mecânica, Automobilística e Eletrônica), Medicina (simulações cirúrgicas, estudos em anatomia) e Ciências Básicas (Astronomia, Astrofísica, Biologia e Química). De acordo com o professor Marcelo Zuffo, “o novo sistema estará disponível para os 17 departamentos da Poli e também para toda a USP”.

Através da tecnologia aplicada na caverna digital, médicos e cientistas poderão visualizar em tempo real a reconstrução completa do corpo humano num ambiente de imersão total como o instalado na USP.

O projeto que possibilitou a construção da caverna digital obteve recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que faz parte do Programa Nacional de Computação de Alto Desempenho. Os investimentos somaram cerca de um milhão de dólares. Doações da Intel do Brasil (infraestrutura computacional), da Furukawa (rede de fibra ótica) e da Osram (lâmpadas e iluminação em geral) contribuíram para a instalação da caverna.

O professor Zuffo assinala que, atualmente, há um grande interesse das pessoas pelas tecnologias de realidade virtual. Constata, no entanto, que a sociedade desconhece certos aspectos do assunto. “Talvez os filmes e a imprensa do passado tenham colaborado para passar uma imagem que extrapola os atuais limites da tecnologia existente”.

As simulações por computador também recebem sua dose de críticas. Alguns setores acadêmicos consideram a realidade virtual como uma falsa simulação da realidade, como uma forma de se escapar dos problemas do mundo real. A tais críticas, o professor Zuffo responde: “Essas observações partem daqueles que idealizam uma realidade virtual apresentada pela ficção. Você pode simular mundos reais e irreais; a imersão não precisa ser total, pode ser parcial. A realidade virtual nada mais é do que o estabelecimento de uma relação mais sensitiva do computador com o ser humano”.

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