ISSN 2359-5191

14/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 19 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Pesquisa reforça a importância do conforto térmico em veículos automotivos

São Paulo (AUN - USP) - Atualmente as pessoas passam grande parte do seu tempo dentro de veículos automotivos, seja por motivos profissionais ou por lazer. Este fato tem contribuído em muito para aumentar o interesse na avaliação de condições de conforto de passageiros no interior dos carros. Essa constatação motivou o engenheiro André Busse Gomes a estudar a fundo a questão do conforto térmico durante seu curso de mestrado profissional em Engenharia Automotiva do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica. Tal interesse gerou o trabalho de conclusão “Conforto Térmico em Veículos Automotivos”.

Para avaliar o conforto térmico dentro dos veículos, André Busse Gomes realizou ensaios utilizando manequins térmicos e outros com sensores aquecidos. No primeiro caso o manequim é aquecido e a partir daí mede-se a perda do calor por convecção, condução e radiação de toda a superfície do corpo. As desvantagens de se utilizar manequins térmicos são o custo destes equipamentos, a dificuldade de manuseá-los, além de não serem capazes de simular a sudorese humana, o que impossibilita uma avaliação mais precisa do conforto térmico do ambiente.

A outra forma de se avaliar condições de conforto térmico em automóveis é com a utilização de manequins com sensores aquecidos, ao invés de aquecer o próprio. Os sensores são colocados em diversos segmentos do corpo, normalmente em número de 16 ou 32, e vão transferir calor, como se tivessem simulando a troca de calor do corpo humano. Mas antes é necessário calibrá-los, colocando-os primeiramente num ambiente o mais neutro possível, com a mesma roupa e na mesma posição que serão usados para avaliar o ambiente térmico em estudo. Então mede-se primeiro a transferência de calor nesse ambiente controlado e depois coloca-se num ambiente real, aferindo as diferenças entre um e outro.

Os ensaios foram realizados em três veículos de montadoras diferentes em três dias consecutivos, um para cada carro, em condições climáticas idênticas, sendo que todos eram equipados com sistema de ar condicionado e ar quente. Cada dia de ensaio foi dividido em duas partes, sendo a primeira realizada durante o dia em condições de verão (resfriamento) e a segunda parte durante a noite em condições de inverno (aquecimento). A pesquisa verificou que no Brasil é muito difícil obter conforto térmico completo durante o verão, até mesmo quando se está em um veículo de luxo. Esse desconforto em certas partes do corpo se deve principalmente à radiação solar incidindo diretamente no veículo. Já quando o veículo está sob a sombra é possível atingir facilmente uma condição de conforto. Na ausência da radiação solar e com temperaturas externas mais baixas, os sistemas de climatização apresentam condições de conforto térmico em quase todas as situações.

As constantes altas de temperatura e o aumento do tempo de permanência no veículo estão levando o consumidor a optar por itens de conforto e de segurança na hora da compra. “Hoje, condição de conforto é um diferencial na hora de vender”, afirmou o professor Arlindo Tribess, orientador do trabalho e membro do Grupo de Pesquisa em Refrigeração, Ar Condicionado e Conforto Térmico – GREAC – do Departamento de Engenharia Mecânica. “Até pouco tempo atrás as pessoas olhavam só potência. Hoje é diferente” concluiu.

Itens que há alguns anos eram considerados artigos de luxo, hoje são vistos como diferenciais importantes no competitivo mercado automotivo, que não pára de apresentar modelos novos. E nesse quesito, o ar condicionado é o mais procurado pelo consumidor, pois além do conforto, também representa um valor maior de revenda. “O ar condicionado é considerado também um item de segurança” disse o professor. O desconforto causado pela alta ou baixa temperatura pode provocar a perda de memória, desorientação, tontura, incoerência, exaustão, fala embaralhada e tremor descontrolado, representando alto risco para o motorista, pedestres e demais condutores. “Em países de clima muito frio, o aquecimento é fundamental, senão a pessoa pode até morrer congelada”.

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