Muito pacientes que sofrem de doenças musculares tem de se submeter frequentemente a biopsias e outros procedimentos estressantes. Por isso, a pesquisadora Aurea Beatriz Martins Bach, vem buscando novas formas de examinar essas pessoas: "O indivíduo sofre de alguma doença degenerativa e ainda tem que se submeter, de tempos em tempos, a alguma biopsia. Não é agradável. Não é o ideal", afirma a doutora.
Por isso, Bach tem pesquisado a eficácia das ressonâncias magnéticas na caracterização de doenças degenerativas. Entretanto, vale lembrar que, até então, os testes foram realizados apenas em camundongos, mas já obtiveram resultados muito interessantes. Segundo a pesquisadora, quatro linhagens dos animais foram avaliadas e diferenciadas com sucesso.
Também é importante ressaltar que, com as ressonâncias, os resultados são menos subjetivos: "Hoje avaliamos a força do aperto de mão do paciente, por exemplo, mas esse não é um método direto", diz Bach. Isso ocorre, pois essas avaliações podem ser interferidas pelo emocional e pelo psicológico dos pacientes, enquanto as imagens das ressonâncias não são prejudicadas por esses fatores.
Além disso, Bach faz questão de ressaltar que sua pesquisa não tem nenhum tipo de pretensão em buscar a cura de doenças ou desenvolver tratamentos inovadores: "Nem toda a pesquisa médica tem como foco encontrar a cura", afirma a pesquisadora. Para ela, qualquer resultado que ajude a melhorar a qualidade de vida dos pacientes já é válido: "Não foi uma busca por algo revolucionário. É o desenvolvimento de uma ferramenta que facilite o acompanhamento das doenças com métodos menos invasivos e mais confortáveis".
Bach também fez questão de ressaltar que "tem toda uma pesquisa que deve ser feita em paralelo para executar-se a pesquisa principal."
A estudiosa, que hoje vive na França para dar continuidade às suas pesquisas, conta que a parceria entre a USP e as instituições do país europeu foi pioneira no Brasil, e que trazem à luz a importância dessas colaborações para os estudos na área.