São Paulo (AUN - USP) - Os métodos utilizados atualmente pelos profissionais de educação física em escolas de natação estão equivocados e não ensinam realmente a criança a nadar. Essa é a conclusão exposta pela professora Paula Hentchel Lobo da Costa, da Universidade Federal de São Carlos, no Simpósio de Biomecânica das Atividades Aquáticas, realizado na USP.
Segundo Paula, os alunos de natação, principalmente as crianças, não exercem um papel ativo nas aulas, mas apenas reproduzem os movimentos que os professores os mandam fazer dentro da água. Com isso, aprendem somente a solucionar problemas motores que estão relacionados ao ambiente aquático e não desenvolvem a capacidade de nadar corretamente.
Dessa maneira, Paula critica o ensino focado nos quatro estilos de nado (crawl, costas, peito e borboleta). Para a professora, o método utilizado responde somente às necessidades dos profissionais e ignoram a perspectiva do aluno.
Diante desse panorama, Paula propõe uma revisão da metodologia utilizada, que “não ensina a nadar”. Para tal mudança, os professores precisam fazer o aluno compreender que a natação é realizada em um meio completamente diferente do qual ele vive na maior parte do tempo.
“É extremamente importante que o professor faça o aluno entender o caminho racional sobre as mudanças que afetam o corpo quando se passa do ambiente terrestre para o ambiente aquático”, aponta Paula. Segundo a pesquisadora, a propulsão, o equilíbrio, a respiração e a superfície de apoio são fatores completamente alterados quando uma pessoa entra em uma piscina.
Compreender tal fato é o primeiro passo para que um jovem entenda a causa de seus erros quando está nadando. “Respondendo adequadamente às interações com o meio em que se está, no caso o aquático, o aluno passa a controlar seus movimentos e aprende a nadar com mais propriedade”, finaliza.