ISSN 2359-5191

15/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 20 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Médicos e engenheiros da USP pesquisam medicamento para hipertensão

São Paulo (AUN - USP) - Embora o teste em seres humanos seja algo pensado para o futuro, médicos e engenheiros da USP se reuniram para pesquisar, dentre outras coisas, substâncias que podem diminuir a pressão arterial de pacientes hipertensos. O trabalho é uma parceria do ICB (Instituto de Ciências Biomédicas) e do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica (Poli).

O objetivo do estudo é tentar encontrar polímeros (compostos cuja molécula é constituída pela associação de diversas moléculas de um outro composto mais simples) que ajudem a diminuir o arrasto, ou seja, que facilitem o fluxo sangüíneo por entre os vasos. Atualmente o trabalho tem dado enfoque ao polietilenoglicol, polímero que já é usado na produção de alguns medicamentos indicados para outros problemas de saúde.

Muitos dos remédios que pacientes hipertensos utilizam hoje em dia provocam efeitos colaterais. Em homens, por exemplo, podem causar impotência sexual. Neste sentido, os resultados da pesquisa da USP mesmo que não possibilitem a supressão de um fármaco, podem significar uma diminuição na dosagem de medicamentos.

O trabalho do engenheiro consiste em simulações experimentais associadas à utilização de dados da medicina para alimentar modelos computacionais que geram novas informações. Já o estudo com células de organismos vivos é feito pelo ICB, que utiliza caudas de ratos em sua pesquisa.

Pode parecer estranha a participação de engenheiros num trabalho como este, mas a tendência de parceria entre as duas profissões cresce a cada dia. Jayme Ortiz, professor da Poli, destaca que a união das áreas é uma necessidade de mercado, já que a medicina está intensamente envolvida com a tecnologia, setor em que se insere a ação do engenheiro. O professor, inclusive, já foi co-orientador de engenharia em pesquisas de Mestrado e Doutorado de um médico da Unifesp.

Tamanho é o crescimento da parceria, que, dentro da própria Poli, a partir do quinto ano da graduação em Engenharia Mecânica, os alunos podem optar por um bloco de disciplinas relacionadas à Bioengenharia. Quem escolhe seguir pela área aprenderá a aplicar conhecimentos adquiridos com a mecânica no campo da saúde. Algumas aulas são ministradas por médicos. Aos alunos são passados, por exemplo, conceitos básicos de fisiologia, estudo das funções orgânicas e processos vitais dos seres vivos.

Para Ortiz, uma das dificuldades encontradas é fazer com que os engenheiros entendam a linguagem de médicos e vice-versa. Com a integração que se mostra cada vez mais freqüente, o problema pode ser minimizado. “Esta é uma interação que, quanto mais forte é, maior é o desenvolvimento. Aprendemos com uma certa visão e percebemos que é possível aplicar aquilo em outras áreas, mesmo sem termos sido treinados”, afirma.

De acordo com o professor, este é um campo que se abre para a engenharia nacional. E o mercado de trabalho é grande para profissionais do ramo. Alguns dos alunos formados acabam sendo contratados por hospitais e empresas de biotecnologia.

Luciana Venturini Rossoni, médica do ICB e responsável pelas aulas de Fisiologia na Poli, diz que os alunos que optam por Bioengenharia em geral já demonstram certa curiosidade científica. “Uma coisa que enriquece qualquer área é conversar com pessoas diferentes. Cada um vê resultados de modos diferentes”, comenta a professora sobre a parceria.

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