ISSN 2359-5191

22/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 21 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Novo livro de Marcelo Gleiser traz dilemas dos estudantes
No livro “Cartas a um Jovem Cientista”, o físico traça diálogo consigo mesmo

São Paulo (AUN - USP) - O que você diria se pudesse encontrar-se consigo mesmo quando jovem? O renomado físico Marcelo Gleiser não diria. Ele diz, em seu mais novo livro “Cartas a um Jovem Cientista”, que a vida de um cientista é repleta de desafios, mas vale a pena. No livro, lançado recentemente no Instituto de Física da USP, Gleiser, hoje com 48 anos, escreve oito cartas dirigidas a si mesmo, quando tinha 17 anos.

“Segundo a Física atual, nada nem ninguém viaja ao passado”, diz o livro, “com exceção da imaginação”. É assim que começa um diálogo entre experiência e juventude, futuro e passado, que mistura dúvidas, ensinamentos e conselhos.

Da mesma forma, é um diálogo amigável o que prevalece quando Gleiser fala ao auditório repleto de estudantes da USP. O físico diz que trata, no livro, das dúvidas que tinha enquanto jovem. “Eu pensava: será que vai ter emprego?”. A colocação provoca risos na platéia, ao que Gleiser responde com “é... agora tá todo mundo falando xiiii!”.

Autor do livro “A Dança do Universo”, Gleiser é famoso por seu trabalho com divulgação científica e destaca a importância de falar de ciência para toda a população como uma forma de estimular o conhecimento. Diz que depois de sua participação no programa Fantástico, da Rede Globo, recebe e-mails até de crianças que dizem querer ser astrônomas no futuro.

Apesar do tom descontraído, Gleiser levanta questões que, em sua opinião, são bastante sérias. Diz que muito do futuro da humanidade está nas mãos dos cientistas. “Aquecimento global, engenharia genética, energias alternativas, exploração do espaço: todos eles são dependentes da ciência moderna”. Assim, Gleiser afirma que as escolhas que físicos, químicos e biólogos farão daqui pra frente vão determinar o futuro e que é preciso que eles pensem muito na ética de suas profissões.

O físico também não exclui a importância do professor de ciência, da necessidade de se formarem bons profissionais de educação e da inclusão da perspectiva histórica no ensino. Aponta que a ciência não pode ser entendida apenas através de um punhado de fórmulas, mas que, por detrás delas, existem pessoas e concepções culturais. “A história te dá uma noção da evolução do pensamento”, “a ciência faz parte da cultura em que ela foi criada”.

Para o sorteio de exemplares de seu livro, Gleiser propõe desafios aos alunos da platéia. “Quem aqui sabe calcular o raio do horizonte de um buraco negro usando física newtoniana?”. Um aluno disposto diz que precisa pensar e recebe a resposta: “Ele diz que tem que pensar um pouco. Eu acho ótimo!”.

O livro lançado faz parte da coleção “Cartas a um Jovem...”, da editora Campus-Elsevier. A coleção também conta com “Cartas a um Jovem Político”, de Fernando Henrique Cardoso; “Cartas a um Jovem Escritor”, de Mario Vargas Llosa e “Cartas a um Jovem Estilista”, de Alexandre Herchcovitch.

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