ISSN 2359-5191

24/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 23 - Meio Ambiente - Instituto de Biociências
Fisiologia evolutiva traz respostas aos buracos na história da fauna brasileira

São Paulo (AUN - USP) - Com Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin podem ser encontrados elos entre os antepassados e classificar a fauna brasileira a partir de modificações comparativas de animais. A fisiologia evolutiva discute e propõe respostas a essas diversidades genética, fisiológica e comportamental em ambientes distintos quando confrontados a seus ancestrais. É disso que trata a pesquisa de Carlos Arturo Navas Iannini, professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da USP.

O estudo se baseia na observação da transição de animais em distintos ambientes extremos como a caatinga, por exemplo, e sua adaptação evolutiva. É feita uma comparação entre a fisiologia e o comportamento animal, relacionando com as mesmas características de ancestrais dessas espécies. Isto para entender por quais mecanismos comportamentais e fisiológicos foram possíveis mudanças ecológicas dramáticas na história evolutiva. Para que se conclua de fato o processo, é preciso entender a origem, as implicações e a finalidade da variação fisiológica, relacionando a ecologia e a diversidade dos animais e ação das fontes de variação fisiológica nos distintos clados, ou seja, agrupamentos de espécies nos níveis de organização no decorrer da evolução.

Nesse estudo são observados anuros (sapos) e lagartos. A pergunta central é sempre a mesma: como os animais se adaptam fisiologicamente às variações de espaço e clima no decorrer da evolução? No início da pesquisa foi observado o processo de colonização de anfíbios que migraram do cerrado para caatinga na escala evolutiva. Para isso foi considerado se a mudança era só comportamental ou possuía modificações fisiológicas.

Mas Navas também estudou insetos. Ele publicou um artigo em uma revista científica sobre a pesquisa de saúvas (formigas): seu comportamento e tolerância à variação térmica da cidade de São Paulo, que funciona como uma ilha de calor.

A pesquisa, que tem como setor principal a fisiologia, é composta por projetos que envolvem além da tradicional pesquisa em laboratório, observações de comportamento no campo, quantificações de parâmetros morfológicos e estudos ecológicos. Também são utilizados conceitos de bioquímica muscular e metabólica.

O pesquisador é colombiano e antes de se estabelecer no Brasil há 11 anos já observava as variações de caracteres das espécies nas diferentes e elevadas altitudes alcançadas no espaço restrito do seu país.

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