ISSN 2359-5191

29/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 24 - Meio Ambiente - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Geofísica traz resultados mais confiáveis e mais baratos para a detecção de águas contaminadas

São Paulo (AUN - USP) - Os métodos geofísicos para detecção de contaminação de águas subterrâneas por depósitos de lixo são mais eficazes, mais rápidos e mais baratos. Para detectar essa contaminação existem alguns métodos possíveis. O primeiro é a abertura de poços na região suspeita de contaminação para, após a análise da água, descobrir se ela está ou não contaminada. Desta forma, existe a possibilidade de aumento da contaminação, porque os poços interferem fisicamente na região, e podem abrir caminho para as águas contaminadas entrarem em contato com as não contaminadas. Além disso, o custo da abertura de um poço é elevado e leva-se muito tempo até a conclusão da obra.

Na geofísica, as maneiras de se encontrar essas contaminações são capazes tanto de detectar a área contaminada, como de mapeá-la, e de dizer a profundidade dos aqüíferos suspeitos de contaminação. Numa fase mais específica, é possível saber os tipos de materiais presentes no local, além da espessura e estrutura dos depósitos.

Segundo o professor Vagner Elis no Departamento de Geofísica do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP), as substâncias contaminantes que vêm dos lixões contém muitos sais. Um dos métodos geofísicos baseia-se exatamente na verificação destes sais. O professor explica que quando há a presença de sais e de água, a resistividade do meio (ou seja, a dificuldade na condução de eletricidade) diminui. Fica mais fácil conduzir energia elétrica. É possível medir a resistividade do local e, a partir do resultado, dizer se existe ou não contaminação ali.

Vagner Elis citou o caso de Ribeirão Preto. O professor afirma que até 1991, houve a tentativa de encontrar contaminação nas águas subterrâneas da região, utilizando os poços como método. Como não se encontrou nada, o trabalho foi encerrado, após alguns anos de monitoramento. Porém, descobriu-se depois, em 1996, que a área estava sim contaminada. A abertura de poços trabalha com tentativa e erro. O poço é aberto para depois saber se existe contaminação. Ás vezes os locais da abertura dos poços não estão contaminados, mas seus arredores sim. A geofísica nos dá essa perspectiva mais ampla.

Um dos desafios atuais é encontrar uma maneira de diferenciar os resultados encontrados em regiões de solo argiloso. Nestas áreas, tanto a contaminação quanto a não contaminação podem levar a resultados parecidos de resistividade. Esta ambigüidade dificulta o diagnóstico geofísico.

Hoje, esses métodos estão avançando em direção às áreas industriais. Para monitorar os resíduos poluentes, as próprias indústrias têm procurado este serviço de detecção de contaminações. O objetivo agora é aprimorar o método para que outros materiais também possam ser detectados com a mesma eficácia que se encontram aqueles presentes nos lixões.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br