ISSN 2359-5191

21/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 28 - Sociedade - Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Pesquisa visa democratizar o conhecimento científico no Brasil

São Paulo (AUN - USP) - Pesquisadores da EACH, Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, investigam o acesso aberto às produções científicas do Brasil. Essa investigação visa difundir o conhecimento produzido no meio acadêmico para toda a sociedade, promovendo sua democratização. O objetivo do grupo é promover o debate sobre o assunto na população e orientar políticas públicas de estímulo à difusão de conhecimento.

Segundo as pesquisas, há poucas políticas de estímulo à ampliação do acesso à produção acadêmica no Brasil. Mesmo sendo financiada por recursos públicos, a sociedade tem dificuldades para acessar a ciência por ela própria produzida. Isso porque a publicação de trabalhos depende de uma assinatura feita pelo governo para estarem disponíveis nas bibliotecas das universidades. O Estado faz um alto investimento em infra-estrutura e em recursos humanos para a produção científica e ainda tem que pagar para acessa-las.

O trabalho desenvolvido pela professora Gisele Craveiro e pelos professores Pablo Ortelado e Jorge Machado, da EACH, consiste no levantamento de custos para a produção de ciência, bem como de políticas já existentes de difusão do conhecimento científico, como os movimentos de Software Livre e Acesso Aberto. Os objetivos do grupo são promover o debate sobre o assunto na população e orientar políticas públicas de estímulo à difusão de conhecimento.

O projeto busca avaliar o papel que os direitos autorais exercem na restrição do acesso ao conhecimento científico financiado com recursos públicos no Brasil. A hipótese da pesquisa, a ser testada, é que a maior parte da produção científica protegida por direitos autorais é financiada com recursos públicos e não adota uma política de acesso aberto. Desta forma, o público pagaria duas vezes pelo conhecimento científico: para produzi-lo e para acessa-lo.

O Software Livre é um movimento internacional que desconsidera a pirataria, pois dá licença para qualquer pessoa executar, redistribuir, ou seja, copiar, estudar e modificar os softwares que fazem parte desse movimento. Essa modificação é possível, pois o Software Livre também disponibiliza o código fonte dos programas. De acordo com a professora Gisele Craveiro, esse código permite que outras pessoas possam entender a programação que o criador do software desenvolveu, podendo, dessa maneira, aprimorá-lo ou alterá-lo conforme suas próprias necessidades.

O Software Livre incentivou outras áreas do conhecimento à maior difusão de suas produções científicas, surgindo o movimento do Acesso Aberto. Esse movimento disponibiliza integralmente artigos, teses e periódicos para leitura e redistribuição. Para isso são necessários veículos de acesso aberto, como o SciELO, Scientific Electronic Library Online. No entanto esses veículos são escassos, ainda é preciso ampliar os repositórios digitais já existentes e criar outros de maneira integrada.

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