São Paulo (AUN - USP) - O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FMUSP) da USP em recente parceria com o Hospital Albert Einstein planeja dar assistência especializada para mulheres da comunidade paulistana de Paraisópolis. O projeto a ser implantado é o ProMulher, um projeto de mais de 15 anos do HC que cuida dos transtornos do ciclo reprodutivo feminino.
A parceria com o Albert Einstein deve abrir mais possibilidades, segundo o Dr. Joel Rennó Júnior, coordenador do projeto. As adolescentes gestantes ou no pós-parto da comunidade assistida devem ser encaminhadas para o atendimento especializado do HC. Além do benefício para a comunidade, a parceria deve trazer publicações de artigos científicos.
O projeto
Desde 1993, médicos especializados dão assistência e fazem pesquisa na área dos transtornos psíquicos do ciclo reprodutivo da mulher. O doutor Cláudio Novaes Soares iniciou a idéia e, em 1999, o doutor Joel Rennó Júnior assumiu a coordenação do grupo e até hoje coordena e expande o projeto.
São atendidas mulheres com três tipos de problemas: transtorno disfórico pré-menstrual, uma espécie de TPM agravada; depressão durante a gravidez e no pós-parto; mulheres no climatério, um período de transição da fase reprodutiva para a não-reprodutiva da mulher, acontece geralmente no intervalo de tempo entre 41 e 65 anos.
Os serviços oferecidos são interligados. Existem grupos de psicoterapia que reúnem pacientes passam pelo mesmo problema, compartilhando duas dores e vivências as mulheres podem ver que não estão sozinhas, elas criam um elo que é contribui para a melhora de todas. Estes grupos têm sempre a mediação de um profissional, que acaba orientando-as de diversas maneiras.
No campo da orientação, entra o trabalho psicopedagógico - palestras com profissionais (ginecologistas, psicólogos, nutricionistas, psiquiatras) têm o papel de mostrar para a mulher como funciona seu corpo.
Além disto, o parceiro e a família da mulher são educados para dar o suporte necessário para que a mulher melhore. Freqüentemente, os familiares não entendem os motivos do mau humor feminino em um período específico do mês. Algumas mães ou esposas são discriminadas, a disforia é colocada como “frescura” ou outros termos pejorativos.
Muitas vezes, apenas os grupos e a orientação não bastam. Nestes casos, um tratamento medicamentoso é feito com responsabilidade, isto é, pensando que aquela mulher vai amamentar e não pode tomar qualquer remédio. A comunicação entre médicos e mulheres também é feita pelo projeto.