ISSN 2359-5191

26/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 30 - Meio Ambiente - Escola Politécnica
Pesquisa conjuga resfriamento de leite com a utilização de energia renovável

São Paulo (AUN - USP) - O professor Flávio Augusto Fiorelli, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP apresentará no dia 28 de junho, na Ecos 2007 - 20th International Conference on Efficiency, Cost, Optimization, Simulation and Environmental Impact of Energy Systems em Padova, na Itália, pesquisa sobre resfriamento de leite empregando energia renovável.

O trabalho Análise de Sistemas para o Resfriamento de Leite em Fazendas Leiteiras com o Uso do Biogás, resultado do curso de mestrado do engenheiro Giancarlo Obando Diaz com a orientação do professor Flávio Fiorelli, tem a preocupação de inserir o pequeno e médio produtor (rebanhos com até 50 vacas) nas questões macroambientais ao identificar um sistema de resfriamento do leite para esse perfil de produtor que atendesse às orientações do Protocolo de Kyoto.

As fazendas leiteiras geram uma grande quantidade de detritos orgânicos (principalmente o esterco produzido pelos animais) e, ao mesmo tempo, demandam energia para o manejo, tratamento e conservação do leite, principalmente em fazendas mais afastadas do centro da coleta. Para manter-se eficiente, a fim de atender aos prazos de validade e manutenção da sua produção, o resfriamento do leite na fazenda e o seu transporte é incentivado pelo programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL), que objetiva o aumento da capacidade e a modernização do setor leiteiro brasileiro.

A instalação de um sistema de refrigeração de leite está se tornando uma necessidade para o produtor assegurar sua permanência em um mercado cada vez mais competitivo e é também uma forma de agregar valor a este produto. Porém, os dois principais entraves a uma maior utilização desses sistemas, além dos aspectos culturais, são o acesso a formas de financiamento e a disponibilidade de energia.

Uma alternativa que se coloca para vencer essas dificuldades é a implantação, no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto, de projetos de instalação de biodigestores para o gerenciamento adequado dos detritos animais, visando à redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Um projeto desse tipo possibilita a geração de recursos econômicos pela comercialização dos créditos de carbono, a geração de um insumo energético renovável e de baixo custo (o biogás resultante da biodigestão), e um potencial substituto de fertilizantes químicos (o efluente que sobra da biodigestão). Esses “produtos” do projeto podem viabilizar economicamente a implantação dos sistemas de resfriamento necessários.

“A questão do biodigestor é uma tecnologia já consolidada, mas ela visava mais a questão de resolver o problema de gerenciamento de esterco do que gerar energia e utilizar melhor o recurso energético”, afirmou Flávio Fiorelli. A pesquisa toda partiu da premissa de que uma empresa instalaria o biodigestor na fazenda, fazendo esse investimento com o interesse de comprar os créditos de carbono. O fazendeiro receberia uma parcela do lucro da venda desses créditos e teria o biogás a custo zero, podendo utilizá-lo como quisesse.

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