São Paulo (AUN - USP) - “Vamos Aloanda” é a música do compositor Camargo Guarnieri com que o coral Canticorum Jubilum abriu sua última apresentação no FAU em Concerto. Trata-se de uma iniciativa sustentada pelo professor da FAU-Higienópolis, Sílvio Soares, que visa a aproximar sociedade e cultura.

O ambiente é propício. A acústica da casa que é hoje a sede da pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP permite tais eventos. A Sala dos Espelhos, espaço onde são feitas as defesas de tese, ganha nova aparência nas noites de concerto. A série FAU em Concerto comemora os seus dez anos realizando cerca de dois espetáculos por mês, esses que ocorrem aos sábados ou aos domingos.

O público não é muito grande, mas o espaço também não comporta mais do que as 100 pessoas que vão em dia de casa cheia. Segundo o professor Sílvio, o problema está na divulgação, que ocorre mais através de boca-a-boca e via mala-direta. Quando há confirmação do evento com antecedência, é possível que sua programação seja divulgada na Revista Concerto, um veículo de nome no meio. A iniciativa conta também com os moradores do bairro Higienópolis, que já se familiarizaram com o FAU em Concerto e sempre estão presentes, desde idosos que vão sozinhos apreciar a música até jovens casais de namorados.

Não há restrição aos grupos que queiram dar um concerto no espaço. Música erudita ou popular, amadores ou profissionais, todos são bem-vindos. Apesar do FAU em concerto não contar com nenhuma verba, os grupos musicais não pagam nada para participar, assim como o público não paga para assistir. O professor Sílvio vem buscando apoio frente à Pró-Reitoria de Cultura da Universidade de São Paulo para atender os espetáculos.

Um exemplo do que pode ser visto nesse espaço foi a apresentação do coral Canticorum Jubilum, no último sábado, dia 23. O grupo, que está há 18 anos em atividade e não tem patrocínio, busca trabalhar com um repertório desconhecido, o que não o impede de trazer Mozart para o público. Abrangendo várias épocas e línguas, desde os folclores mineiro e cubano à influência da música africana no Jazz foram contemplados.

Muriel Waldman, regente do C.J., destaca a importância da abertura de um espaço como esse para que diferentes linhas de música possam se infiltrar nos nossos costumes. “O coral usufrui de um espaço harmonioso e descontraído, que serve de palco para a exibição de um trabalho sério que é feito nos bastidores”, diz Muriel.

As próximas apresentações na FAU-Higienópolis (Rua Maranhão, 88) acontecerão em agosto. O CoralUSP e o grupo Klepsidia já estão confirmados. Para mais informações, entrar em contato com eventfau@usp.br.