ISSN 2359-5191

27/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 31 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Super-microscópios dão razão a filósofo grego
Microscópio com aumento de 10 milhões de vezes deixa ver os átomos de uma amostra

São Paulo (AUN - USP) - Um equipamento que permite ver os átomos torna possível o que Leucipo já dizia há quase 2500 anos. Falando sobre a natureza da matéria, o filósofo grego garantiu o que parecia loucura: disse que tudo era formado por pequenas partículas e que chegaria o dia em que essas partículas poderiam até ser vistas pelo homem. Ele falava dos átomos, cuja existência foi mais que comprovada pela ciência, mas que até pouco não podiam ser vistos.

Um microscópio capaz de fornecer um aumento de até 10 milhões de vezes é o responsável pelo feito. Através de efeitos quânticos, o Microscópio de Força e Tunelamento é capaz de exibir na tela de um computador uma imagem tridimensional de uma rede de átomos. É como ter um mapa do “relevo” de uma superfície em escala de nanômetros (a milionésima parte de um milímetro).

Além de exibir imagens que jamais puderam ser obtidas de outra forma, o microscópio também atua numa etapa do processo da fabricação de peças microeletrônicas, chamado de nanolitografia. Através de um comando dado por um computador, é possível reproduzir, numa superfície, desenhos de estruturas com nanômetros de comprimento. Para entender a dimensão de um nanômetro, é possível imaginar que, se distância de São Paulo à Santos fosse de um milímetro, um nanômetro corresponderia a 7,7cm, ou seja, aproximadamente um terço do tamanho de um pé.

A professora de Física da USP, Maria Cecília Salvadori, afirma que o aparelho é bastante desconhecido pela maioria das empresas, embora possa ser de grande utilidade para realizar testes que hoje as indústrias fazem de forma muito menos exata. O equipamento é também usado para medir a rugosidade de superfícies o que é importante, por exemplo, para que a indústria de tintas saiba qual a adesão do produto num substrato.

Como esse tipo de equipamento é muito caro – um microscópio custa aproximadamente 180 mil dólares – e de uso muito específico, a professora diz que muitas empresas não podem comprá-lo. Assim, o laboratório coordenado por Maria Cecília presta serviços de análise de materiais, no controle de qualidade e caracterização de defeitos e erros na fabricação de diversos produtos.

O Laboratório de Filmes Finos do Instituto de Física da USP, coordenado pela professora Maria Cecília Salvadori, fica no Edifício Basílio Jafet, na Rua do Matão, Travessa R, 187 - Cidade Universitária, São Paulo. Para mais informações sobre o Laboratório, o site é http://fap01.if.usp.br/~lff/.

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