ISSN 2359-5191

28/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 32 - Economia e Política - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Brasil tenta projetar seu Design no cenário internacional

São Paulo (AUN - USP) - Hoje o Brasil é visto no mercado apenas como fornecedor de matérias-primas, insumos e outras commodities no mundo do Design. Nos últimos dez anos vem sendo feito um esforço para que o quadro seja revertido. A promoção de eventos é o que sustenta esse movimento. Importantes nomes neste restrito mercado destacam as chances de sucesso a partir de concursos promovidos com peças nacionais, por exemplo. Assim como o jornalista só tem o seu trabalho completo quando alguém o lê, os designers precisam expor suas produções para que essa espécie de ciclo se conclua.

Alguns eventos que foram criados na última década já se estabeleceram e hoje contam com a participação e presença de designers europeus. Além disso, começamos a ter trabalhos em mostras lá fora. O Salão internacional do Móvel, em Milão, é o maior exemplo. A cidade que concentra o pólo do Design mundial recebe periodicamente o resultado do esforço dos melhores e mais inovadores designers de todo o mundo. No ano de 2006, a feira recebeu 1900 expositores, entre eles 240 estrangeiros de 30 países. O Brasil estava presente.

Marili Brandão, pós-graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU/USP), é uma das pessoas que conduz esse avanço no Brasil. Fundadora da empresa "Brasil faz Design", ela tem trabalhado na promoção de outros eventos que servem de incentivo aos estudantes e, como conseqüência, trazem a consolidação do Design brasileiro.

Uma peculiaridade neste ramo é a adoção de temas em cada evento. Assim, as portas são abertas para o desenvolvimento irrestrito do trabalho, desde divulgar espécies de madeira da Amazônia pouco conhecidas, até o questionamento das fontes materiais às quais as empresas recorrem (o PVC ecológico, por exemplo). A Bienal Brasileira de Design sempre tenta responder duas perguntas: para quê? e para quem? É assim que um tema é orientado para a mostra. Um objeto de plástico, por exemplo, não tem caráter elitista, o que não o impede de servir como adorno num ambiente de luxo.

Segundo Marili, esses prêmios servem para a valorização e confiança interna na criação. Um novo posicionamento face à Alemanha e Europa e a obtenção de espaço na mídia com conseqüente divulgação também são alcançados, junto a uma abertura para novos potenciais em exportação. Todo esse conjunto abre espaço para estudos sobre o perfil dos produtos premiados.

Somado aos eventos que vêm sendo promovidos, a organização de catálogos dos designers - que servem para documentar, registrar e facilitar a divulgação do seu trabalho - e o lançamento da Marca Brasil, em 2003, o Brasil está construindo uma nova imagem no exterior. E num mercado globalizado, selos de qualidade são cada vez mais valorizados. Quanto maior o valor agregado, mais o preço perde importância para o design em si.

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