ISSN 2359-5191

29/06/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 33 - Sociedade - Museu de Arte Contemporânea
Exposição do MAC explora relação entre arte e antropologia

São Paulo (AUN - USP) - A exposição Arte-Antropologia: representações e estratégias apresenta um conjunto de 86 obras do acervo do MAC que tratam da problemática da alteridade, do contato com o Outro. A partir da pesquisa das curadoras Cristina Freire e Helouise Costa, a seleção busca, a partir da confluência da arte com as ciências humanas, projetar o visitante em uma nova dimensão de percepção estética.

A curadoria explica que as primeiras aproximações entre arte e antropologia datam do séc. XIX, época em que a antropologia surgia como ciência. "A arte, assim como a nova ciência do Homem, não passaria incólume ao confronto com o Outro”.

Um tema presente na exposição é a questão da raça no Brasil. A partir de obras como A Negra, de Tarsila do Amaral, O Boto, de Vicente Monteiro, , Retrato de Mulher de Di Cavalcanti, e Perfil de Zulmira, de Lasar Segall, verifica-se a presença de estereótipos que vinculavam os povos indígenas e negros a imagens de primitivismo, sensualidade e exotismo.

A exposição conta com um grande número de fotografias, parte delas pertencentes à Coleção Cid Ferreira, que encontra-se sob a guarda do MAC. Estão representados artistas como Pierre Verger, Mario Cravo Neto e J.R. Duran. O texto da curadoria presente na exposição destaca que, ao contrário do que se acreditou durante muito tempo, "a fotografia não nos oferece uma imagem objetiva do Outro, o que ela evidencia são modos de olhar e representar o Outro que variam em épocas e contextos sócio-culturais diversos".

Outro destaque da exposição é a apresentação, pela primeira vez, da Experiência n°4, do artista Flávio de Carvalho. Trata-se de uma jornada etnológica e artística, na qual o artista viajou durante 70 dias pela selva amazônica, acompanhando uma expedição do Serviço de Proteção ao índio. O registro fotográfico da expedição, que estabeleceu contato com povos até então isolados, como os Waimiri, Paquidara e Xirianã, é um extraordinário documento da história do contato do homem branco com os povos indígenas amazônicos.

Concomitantemente, o MAC também promove a exposição Espanhóis no acervo do MAC. A partir das 130 obras de artistas espanhóis que o MAC possui em seu acervo foram selecionados 16 trabalhos, que pertencem a nomes representativos da produção plástica do país. O período representado vai das vanguardas modernistas até a arte contemporânea. Destacam-se nomes como Juan Miró, Pablo Picasso, Oscar Dominguez e Joan Ponç.

O MAC Cidade Universitária fica na Rua da Reitoria, 160. Funciona de terça a sexta, das 10 às 18 horas e nos fins-de-semana, das 10 às 16. A entrada é gratuita.

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