São Paulo (AUN - USP) - Falta de infra-estrutura parece ser o principal problema no desenvolvimento completo das economias do BRIC, união das iniciais do Brasil, Rússia, Índia e China, segundo Gilberto Ramos, Presidente da Câmara Brasil-Rússia, Rajeev Kumar, Cônsul Comercial da Índia em São Paulo, e Rodrigo Maciel, Diretor Executivo do Conselho Empresarial Brasil-China.
Os três participaram da palestra “Brasil, Rússia, Índia e China em 2015: Fazendo Escolhas Estratégicas”, realizada pela Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA), e não mediram palavras para exortar seus respectivos países. O professor Jacques Marcovitch, responsável pelo evento, ainda os apelidou de “elefantes que correm”, devido ao seu crescimento incontestável.
Todos, porém, foram unânimes em apontar problemas em infra-estrutura que acabam impedindo o desenvolvimento completo de suas economias. O Brasil foi abordado por todos e também não conseguiu escapar dessa constatação.
A China, por exemplo, admite seu uso ineficiente de fontes energéticas, assim como a Rússia precisa renovar seus portos. O Brasil, por sua vez, possui uma lista imensa que inclui reformas da malha rodoviária e aeroportos. Todos os países ainda têm que lidar com problemas enraizados, como desigualdade social e analfabetismo.
O termo BRIC foi usado pela primeira vez em uma tese do banco de investimentos Goldman Sachs para designar as economias desses países que, segundo a mesma tese, ofuscaria todas as principais potências atuais, em 2050. Mas para fazer isso, ainda é necessário muito investimento dos seus respectivos governos na área de infra-estrutura.
A palestra também discutiu as parcerias que o Brasil está realizando com esses países de forma a alavancar suas potencialidades econômicas, envolvendo principalmente seu conhecimento em biocombustíveis e seu poder no comércio de petróleo e produtos agropecuários. Todos os palestrantes também salientaram os acordos para estudos conjuntos, assim como comércio de tecnologia entre os países.
Marcovitch acredita que esses países estão adquirindo grande importância no cenário geopolítico, e que o evento visou informar e criar interesse nos alunos e professores sobre o tema. Quem assistiu à palestra, porém, não conseguiu ter certeza se esses elefantes seriam capazes de cruzar a linha de chegada em 2015... Ou até mesmo em 2050.