ISSN 2359-5191

13/09/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 42 - Educação - Instituto de Psicologia
Instituto de Psicologia da USP ajuda na escolha profissional

São Paulo (AUN - USP) - Escolher uma profissão não é nada fácil – isso não é novidade e não faltam produtos para explorar este filão. Digitando "teste vocacional" no Google, temos 177mil resultados. Recentemente, a editora Publifolha lançou uma série de livros com descrições das profissões mais procuradas, a fim de concorrer com o líder de vendas no setor, o Guia do Estudante, da editora Abril. Quando o dia do vestibular se aproxima, os principais jornais costumam publicar breves perfis das carreiras e das pessoas mais "adequadas" para elas. Neste mar de dicas, poucos conhecem uma opção confiável: o serviço de orientação profissional do Instituto de Psicologia da USP.

O trabalho começou em 1970, idéia da professora Maria Margarida de Carvalho, a "Magui". Hoje, conta com 20 psicólogos e cerca de 60 alunos de graduação que cumprem estágio obrigatório. A equipe atende pessoas a partir de 14 anos, individualmente ou em grupo, e o serviço é gratuito. O IP-USP não tem condições de atender a toda a demanda. No ano passado, 142.656 pessoas prestaram a Fuvest. Neste ano, o serviço de orientação profissional aceitou mil inscrições, feitas de 2 de março a 29 de junho. Como o vestibular se aproxima, novas inscrições só poderão ser feitas no ano que vem. Os interessados devem comparecer pessoalmente, para um teste inicial.

A orientação não se destina apenas a quem nunca teve de fazer essa escolha antes. Além dos alunos das 8ª e 9ª séries do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio, o IP-USP ajuda também universitários que querem trocar de curso e pessoas que já têm uma profissão, mas estão saturados dela. Fabiano Fonseca da Silva, psicólogo do serviço de orientação profissional, diz que, como as questões são distintas nas diferentes fases da vida, o serviço leva em conta a escolha que as angústias específicas do período.

Para quem está na dúvida, é importante especificar o que o deixa motivado, almejando sempre projetos mais amplos. "Não basta só escolher o que pretende fazer na faculdade e achar que nunca mais terá de fazer escolhas na vida", diz Fabiano. O curso técnico ou superior é apenas o primeiro passo de uma longa trajetória profissional. "É importante pensar no estilo de vida que você quer ter. A carreira que você está escolhendo pode propiciar?", completa. Uma escolha equivocada pode levar a uma desmotivação que afeta outros aspectos da vida. "A pessoa pode sentir que não está desenvolvendo seu potencial", conta o psicólogo.

Um discurso infelizmente difundido é o de que certas carreiras são superiores a outras. Fazer engenharia ou direito seria melhor do que fazer filosofia, por exemplo. Essa fala foi reproduzida em diversos veículos da imprensa, quando a reitoria da USP foi ocupada por um grupo de 300 estudantes, em maio. O colunista da VEJA Reinaldo Azevedo, ele próprio ex-estudante da Escola de Comunicação e Artes, declarou que os "invasores" eram apenas "mafaldinhas e remelentos oriundos dos cursos de baixa performance da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)". Fabiano lamenta: " A imprensa reproduz essa idéia sem criticar sua origem ou o sentido pejorativo que isso tem. E o pior é que ouvimos isso dentro da universidade também". Quem está escolhendo uma profissão não deve dar ouvidos a este tipo de discurso e escolher o que lhe for melhor.

A USP também em um projeto chamado "A universidade e as profissões", que promove visitas monitoradas ao campus e palestras com os professores da casa. Fabiano elogia a iniciativa, mas ressalta que os vestibulandos devem tentar aprofundar as informações recebidas nas palestras. "Conheça bem o curso, veja as pessoas que estudam lá, saiba se o espaço e as pessoas têm a sua cara".

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