São Paulo (AUN - USP) - A primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática de Nível Universitário foi realizada recentemente para testar os conhecimentos e a criatividade de centenas de estudantes espalhados por todo o Brasil em mais de quatro horas de competição.
Apesar de não ser tão tradicional quanto as Olimpíadas realizadas para o Ensino Médio, o campeonato mobiliza parte da comunidade acadêmica para o surgimento de novos talentos nas ciências exatas e para a melhoria da qualidade de ensino nas universidades. “As provas são compostas por questões que privilegiam a criatividade e a inventividade, o que contribui para identificarmos novos talentos”, diz o professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), Yoshiharu Kohayakawa. “É ótimo que isso aconteça, mas buscamos atingir um número maior de pessoas, a grande massa, para que todos saibam que a matemática pode ser divertida”, completa.
Segundo Kohayakama, as Olimpíadas poderiam ser muito mais populares no Brasil e, consequentemente, o resultado do País em competições internacionais poderia ser ainda melhor. “Se pensarmos na nossa população, estamos com um resultado abaixo do que poderíamos, mesmo se levarmos em conta que os nossos alunos trazem medalhas todos os anos”.
A principal culpada por esse quadro é falta de estímulo na formação de base, o que reflete diretamente no desinteresse pelas ciências exatas em épocas posteriores da vida. “As provas aplicadas nesse tipo de competição tentam justamente mostrar o contrário, que a matemática usa muito a criatividade para resolver os problemas, dos mais simples aos mais complexos, e que não é simplesmente um apanhado de fórmulas a ser decorado”, comenta Kohayakama.
E quem pensa que as Olimpíadas são restritas ao público das ciências exatas está enganado: todos os estudantes de graduação que não possuem nenhum título universitário podem participar. “Quem sabe quantos talentos escondidos não temos espalhados pelo Brasil?”, indaga Kohayakama. “Acima de tudo, a competição é um desafio. Muitas pessoas se divertem com jogos como o Sudoku, por exemplo, e nem imaginam que aquilo é pura matemática”.
A segunda fase da Olimpíada Brasileira acontece nos dias 27 e 28 de outubro. As informações podem ser encontradas no site oficial da disputa (http://www.obm.org.br).