São Paulo (AUN - USP) -Uma pesquisa da Interactive Advertising Bureau (IAB) indica que o número de consumidores on-line em 2007 pode chegar a marca de 9,5 milhões, quase 36% a mais do que no ano passado. Com esse aumento no número de compradores, também aumenta o número de fraudes virtuais. Como se proteger desta ameaça invisível?
Existem várias maneiras de se fazer isso, como utilizar um sistema operacional imune a vírus ou um sistema atualizado e com ferramentas eficientes de proteção, como bons programas antivírus. De acordo com Arnaldo Mandel, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), esses são os primeiros passos para compras seguras. “Também é bom conhecer a empresa ou ter um contato com ela no mundo físico para garantir sua existência”, recomenda. Além disso, Mandel chama a atenção para um tipo peculiar de fraude: o phishing. “Esta é uma espécie de farsa muito comum, na qual um site copia algum outro para que a pessoa lhe forneça os seus dados pessoais. O internauta precisa ter certeza que aquela é mesmo a pagina que deseja visitar”, diz.
Mas não são apenas os consumidores que devem estar atentos para os crimes virtuais. As lojas também devem tomar precauções para garantir que os consumidores não sejam lesados, mesmo se ele estiver mais desatento. “A comunicação com o cliente deve ser criptografada. Fazer isso é relativamente barato e, inclusive, os navegadores modernos também tem essa funcionalidade para impedir que os dados sejam ‘grampeados’ por outros usuários”, afirma Mandel. “Para saber disso, a pessoa pode conferir uma chavinha ou um pequeno cadeado na tela”.
Caso a fraude já tenha acontecido, a dor de cabeça é praticamente inevitável. Quem já foi vítima desses “piratas virtuais’” sabe o quanto é difícil ser ressarcido nesses casos, especialmente em virtude da falta de uma legislação específica para essa modalidade de crime. “Existem algumas leis que podem ser aplicadas, como estelionato e outros conceitos que temos no Código Penal. Certos tipos de ações específicas do mundo virtual não são regulamentadas e isso é um problema”, alerta Mandel. “Infelizmente nada garante que, se aprovada uma lei, ela seja necessariamente boa”.
Apesar dos problemas, as compras via Internet caíram no gosto do brasileiro e o volume total deve chegar a R$ 6,4 bilhões neste ano. De fato, fazer transações em casa pode ser uma boa opção para quem deseja comodidade e praticidade, mas a atenção deve ser redobrada. “Temos falhas de segurança no mundo real também e não é por isso que perco o sono. Faço compras com freqüência na Internet e nunca tive nenhum problema. Basta estar atento e se prevenir”, acrescenta Mandel.