São Paulo (AUN - USP) - Faleceu no dia 15 de setembro o professor Oswaldo Paulo Forattini, ex-diretor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). Aposentado desde 1993, era reconhecido internacionalmente, entre outras coisas, por ter sido o pioneiro na produção de metodologias de coleta e identificação de vetores de agentes etiológicos de muitas doenças como a dengue, febre amarela, doença de Chagas, encefalite, malária e tendo feito a identificação do primeiro encontro no Brasil do Aedes Albopictus.
O epidemiologista também foi fundador da Revista de Saúde Pública, editor da Editora da USP (EDUSP), entre outras atividades de relevância no cenário científico nacional. Em seu currículo estão vários prêmios pela sua produção científica e atuação na saúde pública.
Formado em 1949 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, recebeu já em 1954 o título de livre-docente junto à Cadeira de Parasitologia da Faculdade de Saúde Pública. Sob a orientação do professor John Lane fez o curso de entomologia médica na Faculdade de Saúde Pública, em seguida ao término do curso de medicina, em 1950, já mostrando sua tendência aos estudos de doenças parasitárias, que se consolidou durante sua vida de pesquisador.
A carreira de pesquisador do professor Forattini começou antes mesmo de terminar o curso de medicina, com a publicação de seu primeiro artigo em 1946, sempre apresentando forte tendência aos estudos biológicos e ecológicos de artrópodes de interesse médico, identificando relações entre homem-ambiente-artrópode.
Destacou-se nos estudos da leishmaniose, febre amarela, malária, tripassomíase americana e encefalite por vírus, cujos resultados das pesquisas realizadas e publicadas foram importantes na determinação das principais modalidades de transmissão dessas parasitoses.
Algumas de suas pesquisas, como por exemplo, a série de 25 trabalhos publicados sobre a Tripanossomíase americana, foi inegável para a vigilância epidemiológica e contribui para o controle da doença de Chagas no Estado de São Paulo. Ele também foi o responsável pela identificação da forma silvestre da febre amarela e do vetor da leishmaniose tegumentar em sua forma residual.