ISSN 2359-5191

05/10/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 54 - Saúde - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Veterinária da USP realiza campanha de castração

São Paulo (AUN - USP) - Animais abandonados pelas ruas são um grande problema social. Além de sofrerem, podem transmitir doenças e causar acidentes de automóveis, por exemplo. Geralmente são largados pelos próprios donos, que não têm condições ou não querem cuidar das crias e, dali em diante, esses bichos contam apenas com sua própria sorte. Visando a colaborar com a diminuição desse quadro, ao mesmo tempo em que oferece uma prática específica aos alunos, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP organiza anualmente uma campanha de castração. O programa aceita gatos machos e fêmeas e cães machos, pois a cirurgia em cadelas é mais complexa e arriscada, e as operações acontecem no Hospital Veterinário.

As triagens acontecem pelo mês de setembro, quando é marcada uma data para exames. O perfil preferencial são animais acima de quatro meses de idade e não muito velhos, com mais de dez anos. O ideal é que tenham entre cinco meses e um ano, antes do primeiro cio, no caso da fêmea. Caso não apresentem nenhum problema de saúde, eles são aceitos. “Não há nenhum tipo de questionário sócio econômico, mas claro que contamos com a consciência de todos, de maneira a privilegiar aqueles que não têm condições financeiras para castrar seus animais”, explica o professor Marco Antônio Gioso, responsável pela campanha. Faz sentido, já que o custo da cirurgia varia entre R$ 250 e R$ 700 em clínicas particulares. Geralmente o público da campanha é de moradores de bairros próximos à Cidade Universitária, como São Remo e Butantã, além de animais que circulam pelo campus e são cuidados por alunos, professores ou funcionários.

Também não há nenhum tipo de restrição de número de inscritos por pessoa. Muitos levam diversos animais que cuidam em suas casas. São inscritos 600 animais, entretanto são realizadas apenas 250 operações. O professor Gioso conta que isso se deve ao alto número de faltas nos dias marcados, na maior parte justamente pelo procedimento ser de graça e os donos não se sentirem na obrigação de comparecer. “Faço um apelo àqueles que se inscreveram para que venham, pois há em média 30 profissionais, entre alunos, pós-graduandos e professores esperando exclusivamente para realizar a operação”, completa Gioso.

Há muitos mitos que cercam esse tipo de procedimento, como a necessidade da fêmea procriar antes de ser castrada ou de que o comportamento muda após a cirurgia, mas nenhum se confirma. Existe também a crença de que é melhor esterilizar a fêmea, um machismo ignorante, já que a cirurgia é muito mais simples em machos.

Dentre os benefícios da castração, além da impossibilidade da reprodução, há a tendência do animal ter uma vida mais longa e um menor risco de desenvolver diversos tipos de câncer, como de testículos, útero, ovário, mama e próstata.

Há também cuidados pós-operatórios que o dono deve ter, como deixar o bicho em casa e sem realizar muito esforço por pelo menos dez dias, de modo a evitar qualquer tipo de complicação. Uma semana após a cirurgia o inscrito leva seu animal no Hospital Veterinário para retirar os pontos.

As cirurgias acontecem ao longo do mês de outubro. Este ano, as inscrições esgotaram muito rápido, quase 20 dias antes da data final, 8 de outubro.

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