São Paulo (AUN - USP) - Fazer xixi na cama não é só coisa de criança. Chamado de Enurese Noturna, o problema pode persistir até a adolescência. O tratamento costuma ser feito com o auxílio de sensores sobre o colchão. Ao detectarem a urina, eles acionam um alarme que acorda o paciente – assim, ele se dá conta do que está fazendo e vai ao banheiro.
O descontrole pode ocorrer também durante o dia. Algumas pessoas não conseguem se segurar por um longo período de tempo e outras até param de urinar, mas voltam a ter a enurese depois de seis meses. Como nem todos os portadores têm alterações no sistema urinário, descobriu-se que o distúrbio tem causas psicológicas. Diante disso, o Instituto de Psicologia da USP (IP-USP) resolveu aliar o alarme ao tratamento terapêutico.
O Projeto Enurese atende pessoas de 6 a 18 anos. A consulta pode ser individual, com sessões semanais, ou em grupo, seguida de orientação dos pais. Pacientes que não moram em São Paulo podem fazer o tratamento à distância. Neste caso, é recomendável procurar um psicólogo que esteja disposto a trabalhar em parceria com o IP-USP, seguindo seus métodos.
Noel Costa, psicólogo do projeto, diz que o paciente tem a chance de conhecer outras pessoas com o mesmo problema, o que o faz sentir-se melhor. Principalmente na adolescência, os jovens sentem dificuldade para fazer amizades: se revelarem a sua condição, podem virar alvo de chacotas dos colegas. Sendo assim, preferem não viajar nem dormir na casa deles.
Ele conta também que a enurese é um problema psicológico comum em crianças e adolescentes cujos lares têm regras muito rígidas e os filhos não têm espaço para expressar sua personalidade. Sendo assim, a presença dos pais também é um grande avanço, pois permite detectar a influência parental no problema.
Depois de se inscreverem, os interessados passam por um teste que verifica a necessidade do atendimento. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11)3091-4173.