ISSN 2359-5191

19/10/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 63 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Tecido adiposo é tema de palestra na USP

São Paulo (AUN - USP) - Abandonar as atividades físicas pode alterar o metabolismo do tecido adiposo e aumentar a produção de células de gordura. É o que aponta uma pesquisa em andamento no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. Em uma palestra recente, o professor Rogério Antônio Sertié apresentou alguns resultados preliminares da pesquisa em desenvolvimento pelo seu laboratório.

A pesquisa partiu da observação de Rogério, que é graduado em Educação Física, de atletas que ganham peso de forma acentuada após a aposentadoria. “Quando um atleta famoso fica muito tempo sem aparecer, ele invariavelmente ressurge com uma aparência inchada”, afirma o professor. “A pergunta decorrente dessa observação é a seguinte: será que essa ganho de massa adiposa acontece apenas pela manutenção de hábitos alimentares incompatíveis com o nível de atividade física ou há, associado a isso, uma alteração metabólica em função do destreinamento?”, complementa

Segundo ele, o andamento da pesquisa até agora sugere ser falso um dos princípios científicos da educação física: a reversibilidade das adaptações feitas pelo corpo ao exercício.

“Quando um rapaz magro faz musculação ele faz com que seus músculos trabalhem mais do que sua capacidade. Isso lesiona o músculo e na recuperação, o corpo aumenta a massa muscular para evitar uma nova lesão. Pelo princípio de reversibilidade, se esse mesmo rapaz interromper essa atividade, ele perde a massa muscular que ganhou até voltar a ser magro como antes”, explica o professor. “Esse estado magro é o que nós chamamos de estado geneticamente determinado”, complementa. “O que as pesquisas indicam até agora é que se esse rapaz interromper a atividade de musculação não voltará ao estado geneticamente determinado. Ele ficaria em um estágio intermediário”.

Segundo Sertié, as primeiras pesquisas sobre o tecido adiposo (gorduras) tinham como preocupação a questão da desnutrição. Houve no entanto uma inversão e o foco dessas pesquisas agora é o problema da obesidade. De acordo com o professor, no Brasil, 40% da população está acima do peso. Nos Estados Unidos, essa cifra ultrapassa os 50%. Ele afirma que a obesidade se tornou “uma epidemia mundial e uma questão de saúde pública devido às diversas doenças associadas ao excesso de peso corporal”.

A palestra fez parte do ciclo de seminários oferecidos pela disciplina Seminários Gerais de Fisiologia e Biofísica do ICB. As exposições acontecem semanalmente, às quintas feiras a partir das 12h30, no ICB-I, Av. Prof. Lineu Prestes, 1524, Cidade Universitária, São Paulo.

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