ISSN 2359-5191

13/06/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 11 - Meio Ambiente - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Brasil também tem seus terremotos

São Paulo (AUN - USP) - Ao contrário do que os professores de ensino fundamental dizem a seus alunos, o Brasil tem terremotos sim. Segundo o professor Jesus Antonio Berrocal, do departamento de geofísica do IAG (Instituto de Astronomia e Geofísica), “o solo do Brasil é estável, mas isso não impede que haja tremores de terra”. O professor coordena um grupo de pesquisas que estuda a sismicidade e publica na Revista Brasileira de Geofísica um boletim anual que relata todos os abalos sísmicos ocorridos no país dentro desse período.

O professor Berrocal conta que acontecem só na região Sudeste cerca de 11 tremores de magnitude 2 (que só podem ser sentidos bem próximo ao epicentro) por ano. Já abalos de magnitude 3, capaz de balançar uma cidade inteira, são mais raros: acontece apenas 1 por ano. Agora, tremores de magnitude 4, que causam alguns estragos, são apenas 1 a cada 10 anos.

Ainda assim, esses poucos abalos podem causar grandes prejuízos e provocar muitos acidentes. Por isso, as agências responsáveis pela construção de usinas hidrelétricas e nucleares utilizam os relatórios de sismicidade no planejamento de suas obras. Na década de 80 a CNEN (Comissão Brasileira de Energia Nuclear) patrocinou uma pesquisa de 5 anos, da qual participou o professor Berrocal, que culminou no livro Sismicidade no Brasil. O volume relatava todos os abalos sísmicos que já ocorreram no país. O primeiro de que se tem notícia data de 1560, ocorreu na então Vila de São Vicente e foi descoberto através do relato de um padre. O mais forte de todos aconteceu em 1955, no mar que fica de frente à cidade de Vitória (ES) e teve magnitude de, aproximadamente, 7 graus na escala Richter.

O último trabalho do professor Berrocal, Anásile Probalística de Ameaça Sísmica para Angra 3, foi patrocinado pela Eltronuclear. Esse relatório analisou a possibilidade de haver abalos sísmicos de risco na região de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, e será utilizado no projeto de contrução da Usina Nuclear de Angra 3. Segundo o professor apurou, “do ponto de vista sismológico, a usina é totalmente segura”.

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