ISSN 2359-5191

04/11/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 72 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Prontuário “inteligente” otimiza tratamento odontológico

São Paulo (AUN - USP) - Cerca de 1.200 portadores dos mais diversos tipos de doenças crônicas sistêmicas passam todo mês pelo Centro de Atendimento de Pacientes Especiais (Cape) da Faculdade de Odontologia (FO) da USP. Para tratá-los, os dentistas precisam conhecer a fundo suas enfermidades, que vão desde diabetes até Aids, passando por malformações de cabeça e pescoço, retardo mental e paralisia cerebral, entre outras. “A saúde geral do paciente interfere no tratamento odontológico e vice-versa”, afirma a professora Marina Magalhães, coordenadora do centro.

Para otimizar o tratamento e facilitar o trabalho dos 80 dentistas do centro, a faculdade, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), desenvolveu um prontuário digital inteligente, financiado pela Microsoft. Através de um banco de dados com todas as doenças já encontradas em pacientes da clínica, o programa informa ao odontologista que perguntas devem ser feitas. “Se o dentista assinala o item ‘diabetes’ surge uma nova janela com as opções ‘diabetes 1’ ou ‘diabetes 2’. Se ele marcar a segunda opção, surge uma nova pergunta: ‘há complicações em órgãos-alvo?’ e assim por diante. A anamnese vai sendo orientada, para que o dentista não esqueça de fazer nenhuma pergunta”, explica Marina, que participou da elaboração do banco de dados, juntamente com a professora Karem Ortega e o doutorando Alexandre Fraige.

Além de otimizar o atendimento, o prontuário facilita também o levantamento de dados para estudos acadêmicos. A idéia do projeto surgiu exatamente pela dificuldade em se obter informações para pesquisas a partir das fichas de preenchimento manual. “Cada dentista descrevia o estado de um paciente de uma forma. Se estava com vontade de escrever, detalhava os casos. Mas tem fichas que ficam praticamente em branco”.

O prontuário permite também que o dentista documente procedimentos que realizou no paciente. Assim, quando ele retorna, se não for atendido pelo mesmo profissional, aquele que efetuar o tratamento sabe o que foi feito anteriormente.

O formulário digital está em fase de implantação. De acordo com Marina, ele deve passar a funcionar somente no meio do ano que vem, já que todos os odontologistas do Cape têm de ser treinados para utilizá-lo e é preciso efetuar a compra de 12 computadores para que todo o centro seja conectado pelo sistema.

A professora afirma que, por enquanto, não há intenções de se comercializar o prontuário. “Quando ele estiver realmente funcionado, pensamos em distribuí-lo de graça para as universidades públicas”.

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