São Paulo (AUN - USP) - Taipa, garrafas PET e baba de cupim são alternativas atuais para a construção sustentável. A idéia de reaproveitamento de todos os tipos de resíduos – plásticos, orgânicos e minerais – em sistemas de construções sustentáveis e instalações artísticas foi exposta e debatida recentemente na mesa-redonda A Arte de Ocupar o Mundo promovida pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). No evento estavam presentes os arquitetos, ambientalistas e artistas Márcia Macul e Sérgio Prado.
Adotando como modelo o conceito de Lixo Zero = Arquitetura Sustentável, Márcia e Sérgio expuseram alternativas a materiais comuns da construção civil e apresentaram o projeto VERDE VER – Construções Vivas e Sustentáveis. “A taipa misturada a cal e a baba de cupim tornam uma parede extremamente maciça e forte. Praticamente deixamos de utilizar o cimento”. Márcia Macul ressaltou o fato de que o cimento é um grande vilão contribuindo em cerca de 8% para o aquecimento da atmosfera.
Outro material citado pelos arquitetos foi o plástico. Segundo Sérgio Prado, “70% do oceano é plástico e 70% do plástico é PET”, para ele “esse tipo de lixo não existe, é apenas uma matéria mais durável que as outras”. Com as garrafas PET pode-se construir o que os arquitetos chamam de paredes de luz, ou seja, paredes construídas com as garrafas e que deixam passar grande luminosidade.
Essas construções, além de atingirem um custo muito inferior em relação as que utilizam matérias-primas comuns – Márcia comenta que são “praticamente 2/3 do custo das casas populares do CDHU” -, estimulam uma revitalização da cultura local e promove o trabalho cooperativo da comunidade. Ainda segundo a arquiteta a capacitação da população local para a construção desse tipo de habitação é muito rápida, cerca de uma semana.