ISSN 2359-5191

26/11/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 84 - Educação - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Veterinário tem de ser vendedor

São Paulo (AUN - USP) - Em 1995 o governo do Estado de São Paulo aprovou o decreto 40.400 que determina que “os estabelecimentos veterinários são obrigados a manter um médico veterinário responsável pelo seu funcionamento”. Apoiado nesta lei, o professor de marketing da FAAP José Sérgio Ferreira Antônio defende a idéia de que os profissionais de veterinária têm de assumir o papel de vendedores nas lojas e pet shops.

Em sua palestra no IV Fórum de Ensino de Graduação, que ocorreu recentemente na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ), o professor traçou algumas perspectivas dos recém-formados no mercado de trabalho. Por meio de alguns números significativos, como o de que hoje há no Brasil um cão para cada seis habitantes e um gato para cada 16 e de que existem mais pet shops do que padarias ou farmácias na região metropolitana de São Paulo, Antônio explicou que as possibilidades de carreira são inúmeras. “Já ouvi que o mercado está crescendo 20% ao ano, não posso confirmar tal número, mas posso assegurar que nunca vi um ano em que ele não crescesse”.

Para aproveitar tais potencialidades, defende, o profissional tem de ser dinâmico. “O mercado pet exige uma maior sensibilidade com o cliente, principalmente ao oferecer o serviço. O produto pode ser encontrado na porta ao lado, mas o serviço não”. Para exemplificar isso o professor listou uma série de serviços inovadores e até inusitados que vão muito além do tradicional banho e tosa, como o taxi-dog (um esquema de transporte de animais), spas e até agências matrimoniais para cachorros e gatos. “Hoje existem até fábricas de ofurôs para cães. Conheci um pessoal que vivia de fazer apenas lacinhos e gravatas para bichos. Esse mercado tem muita frescura, mas é assim que ganhamos dinheiro”, explica.

Outro mercado que considera importante e que vem crescendo muito é o da piscicultura. Segundo o professor, o cliente de peixes deve ser fidelizado. Os animais podem morrer muito facilmente se não forem bem tratados, e isso é desestimulante ao consumidor. É por isso ele deve ser muito bem instruído e sempre voltar à loja em busca de novos serviços, daí a importância do conhecimento técnico do vendedor.

Atualmente, os maiores exportadores de peixes brasileiros estão nos tigres asiáticos, um dado alarmante para nossa economia. Para reverter esse processo, sugere que os veterinários com bom conhecimento criem os animais em tanques-rede de fácil manejo e reprodução. Além disso, a capacidade competitiva do comércio tem de estar apoiada no tripé do bom preço, qualidade do produto e na facilidade de relacionamento do empresário em fazer negócios. “Atualmente não dá para sair da faculdade sem entender de marketing e economia”, completa.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br