ISSN 2359-5191

15/08/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 13 - Saúde - Faculdade de Medicina
HC seleciona pacientes para tratamento de obesidade

São Paulo (AUN - USP) - O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP está selecionando mulheres para desenvolver uma pesquisa relacionada à obesidade e genética. O estudo inclui um tratamento de quatro meses, no qual as pacientes serão submetidas a uma dieta, algumas acompanhadas de exercício. O objetivo é estudar a perda de peso em relação ao tipo de tratamento.

Além da dieta, a pesquisa também está preocupada em relacionar a perda de peso com uma alteração genética. "Nós estamos estudando o receptor beta adrenérgico, uma proteína por onde nós queimamos a gordura do nosso corpo", explica a endocrinologista Sandra Villares, coordenadora do projeto. Mais especificamente a pesquisa irá analisar um defeito do receptor – chamado polimorfismo – que leva o paciente a ter menos facilidade de queimar gordura e, portanto, mais probabilidade de ser obeso. O resultado do estudo determinará se o polimorfismo influência na perda de peso.

Para isso as pacientes serão divididas em quatro grupos. Os dois primeiros terão mulheres que não apresentam o polimorfismo, um será tratado apenas com dieta e outro com dieta e exercícios. O terceiro e o quarto grupo serão constituídos de pacientes com o polimorfismo e passarão pelo mesmo processo. Essa pesquisa já vem sendo desenvolvida há mais de um ano, e apesar de cerca de 30% da população apresentar alteração no receptor beta adrenérgico, ainda faltam pacientes para completar o estudo. "Estamos pensando em chamar 150 pacientes", conta a endocrinologista, "desses 150 vamos ver quem possui a presença de polimorfismo."

Para as pacientes, a vantagem em participar da pesquisa é que elas receberão um ótimo tratamento contra a obesidade. "É um tratamento muito bom porque o paciente passa pelo nutricionista quinzenalmente. Consulta-se mensalmente com o médico e vai ao Incor (Instituto do Coração do HC) três vezes por semana fazer atividade física", comenta a médica. Depois de terminada a pesquisa, as pacientes poderão continuar a seguir a dieta e a fazer os exercícios, o que é muito importante. A maior dificuldade do obeso, segundo Sandra Villares, não é perder peso, mas mantê-lo. O exercício ajuda na manutenção do peso.

A obesidade é o resultado de fatores genéticos e comportamentais. É possível possuir o polimorfismo e não ser obeso porque não existe um ambiente favorável. Um atleta, por exemplo, dificilmente desenvolverá a obesidade pois se alimenta de acordo com uma dieta balanceada e pratica exercícios físicos com regularidade.

A seleção de pacientes para a pesquisa irá até o dia 28 de agosto. Quem estiver interessado em participar deve ligar para o telefone (011) 3842-5982 de segunda à sexta das 9 às 15h.

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