ISSN 2359-5191

21/09/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 14 - Saúde - Instituto de Biociências
Bingo sobre plantas medicinais leva terceira idade à USP

São Paulo (AUN - USP) - Bingo educativo para a terceira idade, com debate e esclarecimentos sobre plantas medicinais. Esse é o projeto da professora Jane Elizabeth Kraus, do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências (IB) da USP, e seus alunos da Comissão de Visitas – que recepciona visitantes no instituto. No último dia 24, os alunos e Jane promoveram o bingo para pessoas idosas, já que a Comissão de Visitas só mantinha trabalhos com alunos do ensino médio e fundamental e do Projeto Avizinhar.

Segundo Pablo Lacaze Casella, aluno de Biologia, a temática do bingo é pertinente a toda sociedade, mas foge do padrão das palestras convencionais. “O objetivo é levar um pouco do conhecimento gerado na universidade e discutir alguns problemas sobre o assunto”, disse ele. “Bingo e plantas medicinais, nada melhor para a terceira idade”, afirma. A professora Jane diz que esse tipo de atividade garante a interação de jovens e pessoas mais “experientes”, além de fazer com que eles participem das atividades com a comunidade.

Cartelas com 15 fotos, nomes científicos e populares de plantas de uso medicinal foram distribuídas ao público. Ao invés de números, eram cantadas características de certa planta sorteada. O público tinha que adivinhar qual era a plantada cantada e marcar, com um feijão, na cartela. Os prêmios, balas de própolis e guaco.

Plantas como a Vinca, ou Catharanthus roseus, ou ainda, Maria-sem-vergonha, foram cantadas e seus usos, como em tratamentos de câncer (ela tem um princípio ativo que inibe a reprodução de células, entre elas, as cancerosas) foram expostos à platéia. Porém, no Brasil a Vinca não produz esse princípio ativo, só em seu habitat – Madagascar. Outra planta cantada pelos alunos foi a Losna, ou Absinto, que é considerada um ótimo remédio para a cólica menstrual.

Depois de finalizado o jogo, foram debatidos temas como o tipo de secagem das plantas, que, se feita de maneira correta, mantém suas qualidades terapêuticas. Outro assunto foi o comércio ilegal, que pode acabar por extinguir certas espécies. Remédios produzidos com plantas medicinais, que prometem a cura de milhares de maus que acometem o homem, devem ser vistos com certa desconfiança: é preciso saber se houve estudos comprovando sua eficácia.

Em nenhum momento o grupo indicou alguma planta para consumo. Muito pelo contrário. “Não vamos ensinar ninguém a usar as plantas, queremos que vocês conheçam seus mitos e perigos”, disse Pablo. Muitas das plantas usadas para a produção de chás, balas, pomadas ou qualquer outro meio para uso terapêutico, podem ser tóxicas se ingeridas in natura. Há muitas plantas que são vendidas como se fossem outras, como o Boldo brasileiro, comercializado como se fosse Boldo-do-chile.

Apesar de destinar-se ao público da terceira idade, o bingo atraiu gente de todas as idades para debater temas polêmicos e de importância para a sociedade. O projeto do Bingo Educativo não pára por aí. No dia 26 de outubro terá outro encontro com direito a passeio pelos jardins do instituto.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br