São Paulo (AUN - USP) - A água sanitária é a maior causa de intoxicação dentro de casa. Segundo o diretor do Centro de Assistência Toxicólogica (Ceatox) do Instituto da Criança do HC, o médico Anthony Wong, a causa disso foi uma mudança ocorrida na composição das águas sanitárias nos últimos anos. A adição de soda cáustica ao produto - para evitar a evaporação do cloro - aumentou sua toxidade.
Por isso a água sanitária pode ser tão perigosa se ingerida acidentalmente, especialmente por crianças. As queimaduras internas provocadas são a causa de muitos casos de câncer no esôfago. O perigo aumenta ainda mais nas águas sanitárias clandestinas. Elas não possuem registro no Ministério da Saúde e não apresentam informações obrigatórias por lei como a data de validade ou a composição química. Além disso, elas normalmente são comercializadas em embalagens inadequadas, como garrafas de refrigerante, o que facilita ainda mais a ingestão acidental.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, todo produto deve apresentar informações claras a respeito dos riscos que apresenta à saúde a segurança. Por isso as águas clandestinas também são de interesse do Procon, órgão que zela pelos direitos do consumidor. A associação do HC com o Procon resultou no informativo "Água Sanitária Clandestina".
A parceria entre o Hospital das Clínicas e o Procon de São Paulo começou no final de 1999. Através desse trabalho conjunto, os dois órgãos procuram fornecer para a população informações que possam orientar e prevenir acidentes. Os direitos do paciente e a qualidade do atendimento do HC também são assuntos importantes, explica Elisete Miyasaki, assessora chefe do Procon.
A campanha da água sanitária clandestina foi o primeiro trabalho a ser divulgado. O hospital repassa os dados médicos, os cuidados que devem ser tomados, e o Procon dá suporte quanto aos direitos do consumidor, como as informações que devem constar da embalagem do produto.
As informações da campanha estão disponíveis no site do Ceatox (www.ceatox.com.br), nos postos de atendimento do Procon ou no site www.procon.sp.gov.br.