São Paulo (AUN - USP) - O Programa de Tecnologia Nuclear do Ipen –Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - obteve o conceito 6 na avaliação da Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior - para o triênio 98/99/00. Esta pontuação, baseada em rígidas avaliações de especialistas, corresponde a um A positivo e confere estado de excelência internacional a quem a conquista. A boa nova, ainda não divulgada oficialmente, foi anunciada pelo diretor de ensino do Ipen, José Roberto Rogero, durante cerimônia comemorativa dos 45 anos do Instituto, realizada na tarde do último dia 27 de agosto.
E este não é o único motivo de orgulho. Em outra avaliação da Capes, a que contabiliza o número de artigos publicados por docente por ano em Periódicos Internacionais A e B, o Ipen apresentou 1,2 artigos completos, o que é um grande feito. Desde sua fundação, o Ipen vem se destacando no setor de pesquisas com radiofármacos, onde foram e são desenvolvidos produtos que hoje servem a centenas de clínicas e hospitais por todo o país, possibilitando atendimento a cerca de dois milhões de pessoas anualmente. Outro caso de sucesso é o Cietec – Centro Incubador de Empresas Tecnológicas -, uma parceria com o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – e o Sebrae, que ilustra a importância do Ipen para o desenvolvimento do Brasil.
A pós-graduação do Instituto, da qual o programa de Tecnologia Nuclear é parte integrante e pioneira, também completou aniversário em ritmo de festa. Isto porque este ano – o 25o de existência da parceria Ipen/USP nos cursos de pós-graduação – foi atingida a marca recorde de 148 docentes e 380 alunos. Ao todo, o Ipen já formou 605 mestres e 218 doutores desde 1976. Muito disso graças aos esforços de um dos principais responsáveis pela criação da pós-graduação, o professor Rui Ribeiro Franco, a quem foi outorgado durante a cerimônia o prêmio de Pesquisador Emérito do Instituto. Saudado com admiração por todos os presentes, o “rebelde da mudança” (assim ele foi chamado pelo superintendente do Ipen, Cláudio Rodrigues, durante seu discurso) declarou não estar preparado para receber tamanha demonstração de carinho.
Rui Ribeiro Franco, do alto de seus 85 anos, ressaltou a necessidade de o Brasil se colocar em um patamar mais alto no doutorado. Uma vez que, apesar de o país hoje se encontrar ao lado da Itália no quesito número de doutores, ele ainda está atrás, no grupo dos países em desenvolvimento, de China e Coréia. A necessidade de maiores investimentos federais em pesquisa científica também foi o destaque da fala do reitor da USP, Jacques Marcovitch. “São Paulo quer dar mais”, disse ele, apontando os números do Ipen e lembrando que um terço dos alunos da pós-graduação são oriundos de outros estados.
Ainda estiveram presentes na cerimônia, que ocorreu no auditório Profo Rômulo Ribeiro Pieroni, dentro do próprio Ipen, diversas autoridades, como João Evangelista Steiner, secretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa do Ministério de Ciência e Tecnologia, representando o ministro Ronaldo Mota Sardenberg, que não pode vir na última hora, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Rui Martins Altenfelder da Silva, o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, José Mauro Esteves dos Santos, e o diretor de pesquisa do CNI, Antônio Carlos Oliveira Barroso.