São Paulo (AUN - USP) - As mudanças climáticas globais são um assunto recorrente na mídia. Esse tema, tão importante para as gerações futuras, há algum tempo está presente também nas escolas, porém o tema ainda é abordado de forma superficial. É o que descobriu Maria Emília Rehder Xavier em sua tese de mestrado “Abordagem das mudanças climáticas globais no curso de Física para o ensino médio”, defendida recentemente no Instituto de Física da USP (IFUSP).
Para chegar a essa conclusão Maria Emília realizou entrevistas e aplicou uma série de questionários a alunos de 1ª e 2ª séries do ensino médio de seis escolas estaduais de São Paulo. Essa abordagem inicial mostrou que os alunos conheciam o assunto, “os dados dos questionários mostraram um alunado que encara o meio ambiente como o espaço ao seu entorno e que se apresenta informado sobre temas mais comuns e mais simples, como desmatamentos, poluição de rios, animais em extinção e lixo”, diz Maria em sua tese. Porém, quando as perguntas eram sobre assuntos mais complexos os resultados não eram satisfatórios. “Entretanto [o alunado], apresentou desconhecimento ou grandes falhas de compreensão em temas mais complexos como efeito estufa e camada de ozônio”.
Na segunda fase da pesquisa, a partir desse quadro, foi desenvolvido um material próprio, com textos didáticos, ilustrações e experimentos. “Esse material foi aplicado em salas de aula com o auxílio dos professores responsáveis. Em seguida, foi feita uma avaliação do desempenho dos alunos frente a esse tema para uma futura reformulação do material”, porém os resultados nesse caso também não foram satisfatórios. Maria acredita que o principal problema foi a complexidade das informações presentes no novo material.
Mesmo não tendo chegado a conclusões decisivas, Maria vê o trabalho como um avanço para a compreensão na forma como o tema “mudanças climáticas” é tratado no ensino médio, “as informações obtidas pelo experimento como um todo foram muito importante tanto para compreender a relação dos alunos com este problema ambiental, quanto para subsidiar a elaboração de um novo material sobre mudanças climáticas globais”, completa.