São Paulo (AUN - USP) - A pesquisadora Denise Alves Fungaro do Centro de Química e Meio Ambiente (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN / USP) desenvolveu uma forma de tratar água a partir de um material disponível em usinas de termelétricas a carvão.
O trabalho começou em 1999 a partir de um pedido feito pela Usina Termelétrica a Carvão de Figueira (PR) pela assistência da professora Denise no seu gerenciamento ambiental. O tratamento das cinzas de carvão para se reterem metais tóxicos dos efluentes poluídos (material adsorvente) foi testado com sucesso em laboratório.
Além de fazer zeólita sintética de cinzas de carvão, e assim gerar um material de alto valor agregado com inúmeras aplicações, a própria produção da zeólita é uma forma de reciclar os resíduos sólidos oriundos da geração de energia elétrica nesse tipo de usina, o que era o objetivo inicial do projeto.
A zeólita pode ainda ser utilizada para adubagem, tratamento de solos contaminados, e outros fins. Por enquanto, o trabalho sobre as cinzas de carvão ainda é desenvolvido apenas no IPEN em escala de laboratório, mas o plano é que a usina adquira independência no processo e possa produzir a zeólita nas suas próprias instalações. “Nossa idéia é estabelecer as condições otimizadas para a produção de material zeolítico em escala industrial para ser usado no tratamento dos efluentes líquidos gerados na própria termelétrica e também para ser comercializado.”
“Já testamos esse material no tratamento de diversos efluentes, como indústrias de galvanoplastia (contaminados com altos níveis de íons metálicos), indústrias têxteis (contaminados com corantes), a própria Usina Termelétrica de Figueira (constituídos por uma água ácida extremamente tóxica)”, diz Denise .
Há duas maneiras de usar a zeólita para tratar a água: misturar ambos e agitar ou construir um filtro com o material zeolítico por onde a água deve passar.