São Paulo (AUN - USP) - Garantir que o antidepressivo esteja na quantidade certa e que seu efeito seja eficaz para os pacientes. É isso que procura a pesquisa de mestrado de Carolina Martins do Prado, no Laboratório de Neurociências do Instituto de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da USP. A Farmacogenética, genética aplicada à utilização de medicamentos, foi a solução encontrada pela pesquisadora para melhorar o bem estar dos pacientes com depressão.
Os medicamentos entram no organismo em moléculas grandes demais para serem diretamente absorvidas, por isso, o corpo depende de certas enzimas para metabolizá-las. Como as enzimas são produzidas por alguns genes específicos, a análise do genoma pode dizer como será a reação da pessoa aos fármacos. No caso dos medicamentos antidepressivos, que são os focados pela pesquisa, o gene a se analisar é o CYP2D6.
Quando uma pessoa é medicada contra a depressão, há um período de quatro semanas para a sua adequação ao fármaco; se ela não se adaptar a troca de dose ou de medicamento é feita após essas quatro semanas, e assim consecutivamente até que a droga tenha efeito. Nesse caso, a genotipagem traria mais que eficácia, traria melhor qualidade de vida para os pacientes.
Segundo Elida Benquique Ojopi, uma das coordenadoras da pesquisa:”Caminhamos para uma medicina mais personalizada, baseada não na bula do medicamento e, sim, no genoma”. É o nascimento de um novo tipo de medicina, cada vez mais técnica, precisa e pessoal.