ISSN 2359-5191

10/04/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 15 - Economia e Política - Escola de Educação Física e Esporte
Paixão faz do esporte investimento seguro

São Paulo (AUN - USP) - O esporte como meio de vida está saindo das sombras. Assim o jornalista e especialista em marketing esportivo, Erich Beting, iniciou sua palestra sobre os investimentos por trás do esporte. A palestra que ocorreu recentemente no auditório da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP) ressaltou a segurança do investimento publicitário na “máquina esportiva” devido a fatores como a paixão por um clube.

Segundo Beting, o diferencial de investir no esporte está na maior interação do produto com o público, bem como na descontração, na audiência e principalmente na fidelidade. É o fator amor arraigado ao clube ou ao atleta que constrói essa lógica do marketing com segurança de retorno.

A emoção atrelada ao esporte chega a tal ponto de inverter a lógica do marketing como afirmou o palestrante. No esporte, “quanto pior, melhor”. Mesmo se um clube vai mal esportivamente, a paixão dos torcedores faz com que estes tentem ajudar o clube se erguer ao menos indiretamente, adquirindo os produtos dos parceiros ou patrocinadores da agremiação.

Um recente exemplo dessa lógica invertida foi o rebaixamento do Corinthians para a segunda divisão do campeonato brasileiro. O fenômeno fez aumentar enormemente as vendas de camisas alusivas ao rebaixamento, gerou maior visibilidade para a equipe e proporcionou a união de uma torcida com potencial de compra. Dessa maneira, cria-se uma relação de fidelidade que envolve torcedores, investidores e clubes.

Além disso, Erich Beting apontou outros fatores que fazem do marketing esportivo um dos investimentos mais seguros da atualidade. Dentre estes fatores está a recente profissionalização da gestão esportiva, o que proporcionou maior credibilidade e valorização dos campeonatos como meio publicitário.

Há uma preocupação recíproca entre patrocinadores e patrocinados e a ausência de polêmicas como as antigas “viradas de mesa” promoveu o que Beting chamou de “crença no produto esportivo”. A organização do esporte gerou o amadurecimento do mercado e atualmente o Produto Interno Bruto (PIB) do esporte no Brasil cresceu 10,8% na última década, o que é o dobro do crescimento nacional para o mesmo período.

Esse cenário, ao contrário do que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, está restrito ao âmbito profissional de alto rendimento no Brasil, deixando de fora um mercado promissor como o universitário. Conforme Erich Beting, “há uma promessa do COB [Comitê Olímpico Brasileiro] de investir no esporte universitário”, mas há problemas de gestão que desacreditam o esporte universitário. A fim de reverter este quadro, Beting vê a necessidade de profissionalização da gestão como passo fundamental, pois, tanto no esporte universitário como no profissional de alto rendimento, uma gestão séria acarreta em segurança de retorno dos investimentos.

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