São Paulo (AUN - USP) - A defesa de um ensino de ciências interdisciplinar e da difusão do conhecimento científico produzido por centros de pesquisa foram enfatizados por Maria Inês Nogueira, docente do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB). A abordagem interdisciplinar do ensino de neurociência e ciências, assim como o uso de métodos alternativos, é tida por ela como essencial para que o conhecimento a respeito de determinado assunto seja mais facilmente compreendido. A pesquisadora tem procurado enfatizar tanto no ensino acadêmico, pós-graduação, graduação, como na popularização da ciência a importância de “botar a mão, coração e mente na massa”.
Maria Inês afirma que “é importante estimular os vários canais de aquisição e construção de conhecimento – como o visual, o auditivo e o tátil – de forma a despertar o interesse e motivar a busca e exploração de determinado conteúdo”. Ao falar sobre o projeto “Arte & Ciência no parque”, do qual participa juntamente com professores do Instituto de Física da USP, Maria Inês salienta que “é importante que o conhecimento que produzimos alcance o meio em que vivemos”.
A aplicação de métodos lúdicos no ensino de ciências é visto por Maria Inês como algo importante para que os alunos e outras pessoas interessadas em temas mais específicos possam aproveitar melhor o conhecimento. Para a pesquisadora, “a plasticidade e a criatividade são fatores que vão fazer a diferença”. O uso de história em quadrinhos, de modelos anatômicos e funcionais, de brinquedos e outras abordagens alternativas podem fazer com que a aprendizagem ocorra de forma mais proveitosa e prazerosa por parte dos interessados.
A interdisciplinaridade não é defendida apenas dentro de centros de pesquisas, mas também para facilitar o acesso da comunidade que não participa diretamente de estudos científicos a assuntos considerados complicados. O projeto “Arte & Ciência no parque” pretende levar à comunidade externa aos centros de pesquisas, por meio de experimentos e demonstrações, ciência, arte e tecnologia de forma lúdica e compreensível, evidenciando que a ciência está presente no cotidiano de todos. Para Maria Inês Nogueira, “existe necessidade muito grande da comunidade em saber o que fazemos, por isso temos ampliado nossas atividades dos parques para escolas também”.
A transposição de temas da Biologia, da Física, da Neurociência, são trabalhados de forma interdisciplinar, para o cotidiano das pessoas é um dos meios utilizados pelos organizadores do projeto com o intuito de fazer com que as pessoas possam compreender que há uma ligação entre o que é estudado em centros de pesquisa com o que elas vivenciam diariamente. Alguns outros projetos de difusão do conhecimento estão submetidos a agências do governo. Entre esses projetos está uma produção teatral da Cia Fábula da Fíbula e Estação Ciência, analisando o sistema nervoso, nosso comportamento e a saúde. Os materiais gerados com esses projetos deverão contribuir para as atividades da Estação Ciência, do Museu de Anatomia Humana e do “Arte & Ciência no parque”.