São Paulo (AUN - USP) - Cientistas da USP estão envolvidos com o estudo teórico da Condensação de Bose-Einstein, experimento que garantiu o Prêmio Nobel de Física de 2001 aos cientistas norte-americanos Eric Cornell e Carl Wieman e o alemão Wolfgang Ketterle. Trata-se da descoberta de um novo estado da matéria, obtido a temperaturas muito próximas do zero absoluto.
No Instituto de Física da USP (IFUSP), os professores Emerson Velloso de Passos, Antônio Fernando Piza, Mahir Hussein e Paulo Nussenzveig estão desenvolvendo estudos sobre a aplicabilidade dessa descoberta nos mais diversos campos. Em janeiro, Antônio Piza dará aulas específicas sobre o assunto no "Curso de Verão" que o Instituto está organizando.
A condensação de Bose-Einstein é um fenômeno no qual os bósons (partículas com spin diferente de ½) formadores de uma substância convergem para o menor estado de energia, em um estado quântico comum, com os átomos quase não apresentando movimento. Nessa condição, as muitas partes que compõem um sistema ordenado não só se comportam como um todo, mas se tornam o todo, como as vozes de um coro que se unem para formar um uníssono.
O resultado dessa experiência já havia sido adiantado pelo cientista Satyendra Nath Bose, em tese aprimorada por Albert Einstein (daí o nome Bose-Einstein), mas naquela época não havia tecnologia disponível para comprovar a coerência do estudo. Hoje, a tecnologia necessária para tal experiência não é tão difícil de se obter, o que deve provocar uma nova forma de se estudar o comportamento da matéria, já que o condensado de Bose-Einstein é uma substância macroscópica que tem um comportamento puramente quântico. No campus da USP em São Carlos, uma equipe de cientistas já está providenciando a obtenção desse novo estado da matéria em seu laboratório, o que deve ser conseguido a curto prazo.