ISSN 2359-5191

16/04/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 19 - Saúde - Instituto de Psicologia
Psicóloga cria tratamento para quem faz “xixi” na cama

São Paulo (AUN - USP) - Um problema chamado “enurese” é um tanto constrangedor não só para crianças como também para adultos. A mais comum delas, responsável por mais de 80% das queixas sobre este tema, trata-se da “enurese noturna monosintomatica”, ou seja, o xixi que escapa quando a criança ou adolescente dorme, seja este sono durante o dia ou à noite. A Psicóloga e mentora do “Projeto Enurese”, a professora Edwiges Ferreira de Mattos Silvares que dedica parte do seu tempo nos programas de Terapia Comportamental (LTC), no Instituto de Psicologia da USP, aprofunda mais o assunto.

Quem sofre de “enurese noturna” sente dificuldade de socialização, logo a ajuda de familiares é essencial para a melhora do indivíduo. Deve ser sabido para todos que estão ao redor de um enurético, que o controle sobre o xixi não é consciente, sendo assim ele não tem culpa das molhadas noturnas ou diurnas. Normalmente, as crianças que sofrem desse mal não dormem na casa de amiguinhos, conseqüentemente, sofrem por isso. Seus pais tampouco domem na casa de conhecidos devido à insegurança, constrangimento e medo por parte da criança.

Na entrevista com a psicóloga Edwiges, entre as principais causas desta patologia, ela destaca três delas:

  • Excesso de produção de urina no período noturno por ausência da produção do hormônio anti-diurético, produzido por crianças e adolescentes;

  • Baixa capacidade funcional da bexiga, ou seja, uma bexiga cuja capacidade de armazenamento de urina é inferior à esperada pela idade associada à disfuncionalidade dos músculos detrussores da bexiga;

  • Dificuldades de acordar com os sinais de bexiga cheia;
  • O projeto desenvolvido pela professora Edwiges e que também conta com o apoio de alunos do curso de Psicologia da USP tem seu foco de tratamento de crianças de 6 anos e adolescentes entre 11 e 19 anos. O projeto utiliza um aparelho de alarme e também preza pela participação dos pais. A professora Edwiges enfatiza a participação dos pais neste processo: “Os pais devem ser as pessoas que irão ajudar a criança a permanecer no tratamento para alcançar essa meta mostrando a elas os progressos em que estão”. Para a criança ou adolescente deve-se mostrar que os esforços são mais importantes que os ganhos.

    O Projeto Enurese utiliza um aparelho que, através de um sistema de alarmes, avisa a criança quando ela urina durante a noite. O aparelho de alarme vai ajudar a pessoa enurética a acordar ao sentir que a bexiga está cheia ou a esperar o amanhecer para ir ao banheiro. Esse é considerado um dos melhores sistemas utilizados com os que sofrem de enurese noturna. O aparelho é composto por três itens fundamentais para seu bom funcionamento, são eles:

    1. Um tapete com sensores sensíveis à urina;
    2. Uma caixa de alarme que toca quando os sensores são ativados;
    3. Cabos conectores do tapete e caixa de alarme.

    Quando o indivíduo começa a urinar e o “xixi” começa a molhar o tapete, o alarme toca. O enurético é despertado com o sensor, contrai os músculos pélvicos e, por fim, pára de liberar a urina da bexiga. Logo, a criança precisa acordar e terminar de urinar no banheiro.

    Muitos pais utilizam um despertador para tocar numa determinada hora, em contrapartida o aparelho de alarme toca apenas no momento em que a criança quer realmente urinar. Com o passar do tempo, o aparelho pode ser dispensado, pois a pessoa aprende a obter controle do “xixi”. A proposta inicial do tratamento, é que o mesmo não exceda mais de 28 semanas, porém as definições de tempo e forma de utilização variam de acordo com cada paciente, respeitando seu espaço e limitações.

    Leia também...
    Nesta Edição
    Destaques

    Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

    Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

    Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

    Edições Anteriores
    Agência Universitária de Notícias

    ISSN 2359-5191

    Universidade de São Paulo
    Vice-Reitor: Vahan Agopyan
    Escola de Comunicações e Artes
    Departamento de Jornalismo e Editoração
    Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
    Professores Responsáveis
    Repórteres
    Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
    Editora de Conteúdo
    Web Designer
    Contato: aun@usp.br