ISSN 2359-5191

16/04/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 19 - Meio Ambiente - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Tráfico de animais movimenta US$ 20 mi por ano

São Paulo (AUN - USP) - O comércio ilegal de drogas e armas são temas abordados de forma exaustiva pelos meios de comunicação. Porém, apesar de sua importância, o tráfico de animais não recebe a devida atenção dos noticiários. Terceira maior atividade ilícita do mundo, a venda de animais silvestres sem autorização movimenta cerca de US$ 20 milhões por ano em todo o planeta e o Brasil é responsável por aproximadamente 15% deste montante. Esse foi o tema da palestra ministrada pelo médico veterinário e técnico do IBAMA Miguel Bernardino dos Santos no último mês na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

O Brasil é um dos países que mais sofre com o tráfico de animais. Por conta da variedade de ecossistemas, o país possui uma grande biodiversidade e isso atrai colecionadores de diversas partes do mundo interessados em comprar exemplares de espécies nativas. Essa procura por animais brasileiros faz com que muitas pessoas se utilizem da fauna silvestre nativa para ganhar dinheiro.

O órgão responsável pela fiscalização da utilização dos recursos ambientais no Brasil é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA). Porém, essa autarquia federal sofre com problemas administrativos e políticos, o que dificulta muito o cumprimento de suas funções. “O IBAMA passa pelas chamadas ingerências políticas. Isto é, quando pessoas que não entendem nada do assunto mas que, por parentesco com pessoas de partidos, viram presidentes, chefes e resolvem dizer que são capazes de controlar e de tomar conta do meio-ambiente”, conta Miguel dos Santos.

Essa forma de tráfico é extremamente nociva para o país. O mais óbvio risco dessa atividade é a ameaça à biodiversidade, uma vez que, se uma espécie passar a ser retirada de seu ecossistema, este entra em colapso. Além disso, quando esses animais são introduzidos nas cidades, podem transmitir doenças e causar epidemias. Isso sem contar a evasão de divisas, já que o dinheiro oriundo do tráfico não é declarado.

Outra questão importante é quem realmente lucra com o comércio ilegal de animais: “O caçador ganha R$ 40 por ave capturada. O máximo que ele conseguia é R$ 400, mas os pássaros chegam a São Paulo e são vendidos por até R$ 15.000. Será que o Brasil quer mesmo acabar com o tráfico? O que o Brasil realmente quer? Se as leis trazem exigências que não têm como ser cumpridas, qual é a intenção?”, questiona Miguel.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br