ISSN 2359-5191

16/04/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 19 - Educação - Faculdade de Medicina
Deputado Chinaglia comete gafe em evento sobre escolas médicas

São Paulo (AUN - USP) - Convidado para o seminário “O Futuro das Escolas Médicas no Brasil”, o presidente da Câmara dos deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP) cometeu uma gafe ao fazer seu discurso. O evento foi organizado pela Faculdade de Medicina da USP e pelos órgãos representantes da classe médica. Chinaglia, que também é médico, insinuou que a gestão passada do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) teria sido apeada do cargo depois de se negar a dar a carteira profissional a médicos despreparados. Imediatamente, foi interrompido pelo vice-presidente do CRM-MG, Itagiba de Castro Filho. “É mentira, deputado!”, retrucou.

Chinaglia criticou uma decisão de um juiz de primeira instância que derrubara a diretoria do CRM-MG. Ele usou o caso para ilustrar a pressão sofrida pelos órgãos médicos. Eles teriam que aceitar até mesmo profissionais formados por escolas de medicina de qualidade duvidosa. A posição da antiga diretoria era, portanto, elogiável, para o petista. Ele chegou a defender que se barrem tais faculdades. “Já chegamos num ponto de avaliar as faculdades e termos coragem de fechar os cursos”, afirmou.

Entretanto, Castro Filho respondeu que a diretoria eleita que havia sido derrubada foi justamente a que voltou por decisão judicial. Chinaglia sentiu-se pressionado e recuou. Ele reconheceu não estar inteirado dos fatos. O deputado apenas recebeu informação de um colega de que aquilo havia acontecido. Sua citação empolgada do caso do CRM-MG foi somente para destacar a ousada iniciativa da gestão deposta de não oferecer carteira indiscriminadamente, por pressão jurídica ou da sociedade. A decisão deve caber ao conselho. Médicos despreparados formados em faculdades incompetentes devem ser impedidos de exercer a profissão.

Filho destacou que a atual diretoria do CRM-MG mantém a decisão. As críticas às pressões jurídicas sobre a decisão eram, desta forma, infundadas.

O deputado falava naquele momento como conferencista sobre o tema “Regulamentação de Escolas Médicas no Brasil”. Após o mal-entendido, ele apontou a avaliação continuada como caminho para melhorar o nível dos profissionais de Medicina. “Antes de responsabilizar os alunos, é preciso responsabilizar as estruturas de ensino”, acrescentou. Uma opinião aparentemente consensual no seminário é de que o mercado não consegue regular automaticamente a educação médica. A interferência dos conselhos médicos e do Estado se fazem, então, necessárias.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br