São Paulo (AUN - USP) - A busca de uma vacina contra a tuberculose foi discutida recentemente no Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB) por Ana Paula Junqueira – Kipnis, docente da Universidade Federal de Goiás e especialista em imunologia. A incapacidade da vacina BCG em proteger e impedir a infecção e o desenvolvimento da tuberculose pulmonar também foi ressaltada pela pesquisadora.
A tuberculose é considerada um problema de saúde pública em todo o mundo, já que 1/3 da população mundial está infectada. Segundo relatório mundial sobre a situação da doença no mundo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 16º país com mais casos de tuberculose no mundo e não cumpriu a meta de cura de 85% dos casos da doença.
O aumento de linhagens da bactéria M. tuberculosis multi - resistentes a drogas fez com que pesquisadores alertassem para uma ameaça ao controle da tuberculose. Durante a palestra, Ana Paula Kipnis salientou que muitos cientistas têm procurado delinear as bases genéticas moleculares da resistência dessas bactérias às drogas.
Uma das grandes dificuldades para criar uma vacina contra a tuberculose são os distintos graus de resistência que diferentes cepas dessa bactéria possuem. Não foi possível, até o momento, criar uma vacina que atue contra essa bactéria, pois elas não são idênticas em relação à resistência aos antibióticos. A pesquisadora enfatiza que a vacina que os cientistas vêm procurando “deve resistir a tudo que existe e também a multiplicação das bactérias”.
A dúvida em relação à eficácia da vacina BCG também foi bastante discutida durante a palestra. Kipnis salientou que “a BCG só evita a tuberculose que acontece na infância”, por isso a busca de uma vacina alternativa que proteja também aos adultos é considerada tão importante. No país, a vacina BCG faz parte do Calendário Básico de Vacinação e a recomenda-se que todos sejam vacinados no primeiro mês de vida.