São Paulo (AUN - USP) - A estação de telessaúde, responsável pelo apoio de teleassistência e teleducação em 100 Unidades Básicas de Saúde em todo o estado de São Paulo, é a primeira voltada para a saúde bucal e desenvolve um estudo amplo sobre o perfil do dentista e possui três grandes atividades que se entrelaçam. Estas seriam a Teleducação aos alunos de graduação e pós-graduação, aos cirurgiões dentistas, ao pessoal auxiliar e a profissionais relacionados à Odontologia, a Teleassistência aos profissionais e ao público leigo e a pesquisa e desenvolvimento de material e projetos específicos de implantação.
Segundo Mary Caroline Skelton Macedo, do núcleo de Teleodontologia da FOUSP, estão sendo desenvolvidos alguns trabalhos de pesquisa na área, como por exemplo, o desenvolvimento de um tema do Homem Virtual, um material didático em 3D que apresenta as estruturas do corpo humano com animações, dissecções e até tipos de tratamentos. Este trabalho foi realizado como dissertação de Mestrado por um aluno da Odontopediatria, sob orientação da professora Ana Estela Haddad.
Há ainda outros dois projetos em andamento pelas pesquisadoras bolsistas da Teleodontologia para o desenvolvimento do CyberAmbulatório próprio para as necessidades do CD da rede pública e para o CD em geral e para o desenvolvimento do Centro de Referência para o Desenvolvimento de Material Didático da FOUSP. Os principais participantes do centro de telessaúde são os cirurgiões dentistas do Programa de Saúde da Família, no entanto, os alunos da graduação também poderão participar através de uma disciplina optativa de teleodontologia a partir do segundo semestre de 2008.
Nesta, as atividades serão variadas, será ensinado como analisar informações de cunho científico na web, como se portar como alunos a distância, como oferecer casos clínicos para discussão, sempre trabalhando com recursos simples, porém eficazes. O intuito é capacitar o aluno a interagir na Internet, tanto na busca de informações quanto no fornecer de sua experiência. Haverá treinamento em videoconferência, salas de bate-papo, fóruns e exercícios a serem realizados sem a presença física do professor, e os alunos da pós-graduação poderão cursar a disciplina de Teleodontopediatria, aprendendo a utilizar as ferramentas da Teleducação (ou Ensino a Distância - EaD) e desenvolvendo um material didático e linguagem apropriada para o ensino no ambiente virtual.
Já a população poderá usufruir do núcleo de telessaúde através dos cirurgiões dentistas da Rede Pública de Saúde que terão um “suporte para o aprendizado continuado e a atividade clínica realizada no dia-a-dia, o que lhe permite uma solução acompanhada dos casos clínicos de elevada complexidade, além de validar as atitudes clínicas diárias”, segundo Mary Caroline.
Ela ainda afirma que “os idealizadores do Projeto de Telessaúde têm em mente a continentalidade do Brasil e as várias necessidades de cada população específica. A idéia é poder alcançar cada uma dessas populações de forma a levar conhecimento e saúde, fazendo com que se alcance qualidade de vida em todo o território nacional. Já temos em vista o desenvolvimento de um tema de Odontologia conectando o Núcleo com uma cidade de Rondônia (Montenegro), com a qual a FMUSP fez videoconferências de transmissão de conhecimento e o retorno foi excepcional”.
Também existem núcleos de teleassistência na Faculdade de Medicina e na Escola de Enfermagem da USP. Cada curso recebe cerca de R$1,5 milhão para promover mudanças curriculares e estima-se que a USP receba, no total, recursos da ordem de R$6 milhões do Ministério da Saúde. Além de promover pesquisas e estudos, esses centros têm como objetivo ampliar o acesso à informações e análises sobre a área do trabalho e da educação na saúde no País, o que facilita a formulação, acompanhamento e avaliação de políticas e projetos dessa área. Segundo Mary Caroline, “A idéia é a de ampliar a divulgação até que todos tenham conhecimento do Núcleo e acesso ao que ele pode oferecer de melhor que são a produção e a disseminação do saber”.
A estação foi inaugurada no dia 12 de dezembro de 2007, a sala Pré-Saúde tem como objetivo promover estudos e pesquisas e foi construída com o apoio do Departamento de Gestão da Educação em Saúde do Ministério da Saúde. Mary Caroline afirma que “A inauguração foi uma maneira de divulgar as ações do Núcleo, porém nosso espaço ainda está sendo trabalhado e equipado (por isso estão passando por uma "reforma" agora). As ações se iniciaram há aproximadamente um ano e meio, porém o espaço envolve uma área que teve que ser destinada e adequada para este fim”.
Esse núcleo faz parte da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde, também iniciativa do Ministério da Saúde juntamente com o Programa de Cooperação Técnica da Representação da OPAS/OMS no Brasil. Essa Rede conta com a participação de 21 países membros e 18 estações implantadas no Brasil.