ISSN 2359-5191

09/05/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 33 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Número de crianças cariadas ainda é alarmante

São Paulo (AUN - USP) - Uma escola no Rio de Janeiro com 300 crianças entre 4 e 12 anos. Esse foi o grupo utilizado para se realizar a pesquisa sobre cáries infantis. O trabalho se baseava na comparação da atual situação de crianças cariadas em relação ao ano de 1990. Através do trabalho de Marcos Paulo Fonseca Corvino, que realizou Mestrado e Doutorado em Saúde Pública na USP, descobriu-se que houve uma redução do número de crianças cariadas, mas que ainda é bastante alto e demonstra a falta de profilaxia e de orientação às crianças e aos pais.

O estudo justifica sua importância, afirmando que “A identificação de fatores coletivos de risco à cárie dentária (condicionantes sociais, econômicos e culturais), é um instrumento que permite ao setor odontológico compreender o binômio saúde-doença nos grupos e identificar qual o de maior risco”. A Carta de Ottawa, redigida na I Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde, realizada no Canadá, ressalta que “a saúde é o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, assim como importante dimensão da qualidade de vida”.

Segundo Marcos Paulo, da USP, Maria Bernadete Soares Soraggi, Leonardo dos Santos Antunes e Patrícia Elaine Panicalli Lana, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram considerados cariados os dentes com cavitação, perdidos, com extração indicada devido a cárie extensa ou restos adiculares, excluindo-se os extraídos devido à dificuldade de se avaliar se foram extraídos a cárie ou por esfoliação natural e, obturados, os dentes restaurados com ou sem cárie.

O resultado final indicou a queda do número de crianças cariadas, mas quanto aos dentes perdidos e obturados, não se observou diferença significativa entre os dois períodos estudados. “A cárie ocorreu da mesma maneira para meninos e meninas, em 1990, bem como agora, a manifestação da cárie não apresentou uma diferença considerável entre os gêneros”, segundo o trabalho.

Estudos epidemiológicos regionais e alguns nacionais têm mostrado um declínio de cavidades de cárie em dentes permanentes de escolares, nos últimos anos. No entanto, ainda permanece uma variação entre as regiões geográficas e essa queda parece não ser uniforme e nem beneficiar a todas as idades. “É temerário generalizações para o país, considerando as desigualdades socioeconômicas que colocam o Brasil em sexto lugar em uma lista de dez países com piores índices de distribuição de renda do mundo, segundo informes do Banco Mundial. E que os fatores socioeconômicos são condicionantes de várias doenças, entre elas a cárie dentária”, comprova a pesquisa.

A OMS propõe como meta para o ano de 2010 com relação à saúde bucal que 90% das pessoas não tenha cárie bucal entre 5 e 6 anos de idade, mas para que isso seja alcançado “Os programas educativos e preventivos na escola são importantes e devem ser mantidos, mas não devem considerar apenas hábitos individuais, porém adequá-los à realidade da população, já que saúde é um importante medidor da qualidade de vida. Ainda há a necessidade de se discutir a questão da saúde bucal entre adolescente e crianças”, afirmam os quatro pesquisadores.

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